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Dave Lombardo admite que os Slayer foram influenciados pelos Metallica

O poeta britânico Tim Atkins dizia que “a cópia é necessária para influenciar a criação do estilo de qualquer autor” – e isto, controversamente ou não, aplica-se a qualquer área artística. Vários artistas de vários quadrantes não só concordam como afirmam já terem feito o mesmo. Agora, Dave Lombardo a afirmar que os Slayer fizeram o mesmo com os Metallica? Talvez esta fosse um pouco inesperada.

Numa entrevista recente para o podcast Speak N’ Destroy, Lombardo confirmou que pelo menos um tema dos primórdios dos Big Four teve influência de um dos temas mais antigos do outro conjunto de São Francisco:

“Penso que eles nos inspiraram de várias maneiras porque obtivemos a demo [No Life ‘Til Leather] e fomos definitivamente influenciados por eles. Quem ouvir a ‘Hit the Lights’ e depois ouvir a ‘Aggressive Perfector’ [nota que] ambas têm quase exatamente a mesma estrutura. (…) Há uma intro muito semelhante, quase uma cópia exata da ‘Hit the Lights’. Os Slayer fizeram um bom trabalho ao início, mas ouvindo as duas músicas, têm secções muito semelhantes. Apesar dos riffs obviamente não serem os mesmos, mas dá para ver que fomos influenciados”.

Numa conversa que se pautou em parte pela admiração devida aos Metallica, Lombardo recorda ainda as suas primeiras impressões da primeira vez que ambas as bandas partilharam o palco:

“Tocámos num clube muito, muito pequeno, com uma capacidade máxima de entre 250 a 300 pessoas. Eram os Metallica e os Slayer, o Ron McGovney estava no baixo e o Dave Mustaine na segunda guitarra. O Dave Mustaine às vezes cantava algumas canções e noutras era o [James] Hetfield quem cantava, mas a pessoa que me lembro de falar com o público era o Mustaine. Lembro-me de estar na frente e eles eram duros que nem pedra. Acho que aqueles tipos já tinham andado em digressões, tinham um ar duro e eram brutais em palco – era espantoso”.

Lombardo louva ainda o papel de Lars Ulrich enquanto homem-forte dos Metallica e a consistência do alinhamento da banda ao longo dos anos – tirando as inevitáveis substituições de baixistas –, afirmando que “a banda teria adotado uma personalidade diferente se tivesse tido outra pessoa na bateria, por isso é que eu nunca mudaria os Metallica por nada”. Resta só especular se a “Aggressive Perfector” e os Slayer como os conhecemos existiriam nos mesmos moldes caso Ulrich não tivesse tido esse papel. Isto sim seria inesperado.

Por: Daniel Lucindo - 18 janeiro 21