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Mushroomhead - “Wonderful Life” Review

Tenho seguido atentamente os Mushroomhead desde que lançaram Savior Sorrow, em 2006, e acompanhado desde então, todos os lançamentos da banda. Um dos aspetos a destacar, diz respeito às constantes mudanças de formação, que não permitem fixar uma sonoridade específica do grupo, que se torne a sua sonoridade característica.

Em Wonderful Life, estreia-se desta vez um novo vocalista, Steve Rauckhorst, é o seu nome e vem substituir Jeffrey Nothing, que fazia parte da formação original.Também a vocalista convidada do disco anterior, Ms Jackie, torna-se agora membro oficial. No entanto, a consistência e continuidade em termos de composição mantém-se e isso de ve-se sobretudo ao baixista/teclista/compositor Ryan Farrell. É em torno deste senhor que o mundo dos Mushroomhead gira. 

Ora, a nova formação traz com ela uma nova dinâmica, especialmente porque ao novo vocalista é permitida liberdade para ser ele próprio e não uma cópia do seu antecessor. Também Ms. Jackie obtém agora um papel mais central em temas como o single “The Heresy”. Com efeito, ao ouvir o single de estreia, “Seen it All”, torna-se evidente que a qualidade alcançada no disco anterior se tinha conseguido manter ao nível da composição de temas que conseguem destacar-se dos demais como em The Righteous and the Butterfly, vários temas podiam ser - e foram - usados como singles, fazendo daquele trabalho, na minha opinião, um dos melhores lançamentos da banda. 

Neste último registo temos uma abertura operática em “Requiem for Tomorrow”, onde a voz de Jason Popson se destaca na sua versatilidade, e as teclas que acompanham a voz de Steve fazem lembrar um tema de “Archetype”, dos Fear Factory. A agressividade mantém-se em “Madness Within” lembrando Linkin Park em “Meteora” e “Hybrid Theory”, seguindo-se os singles de apresentação do disco. “Pulse” é um excelente exemplo do recurso ao piano em staccato e teclas orquestradas como forma de criar desconforto no ouvinte (afinal a imagem de marca visual dos Mushroomhead é invocativa de filmes de terror).

Em “The Time has Come” (assim como em “11th Hour”) torna-se evidente que o piano é um dos instrumentos centrais do disco em detrimento das guitarras ou sintetizadores; demonstrando a força de Steve Rauckhorst como vocalista versátil, ora sussurrando, ora cantando com a guitarra de Tommy Shaffner acentuando as suas palavras.

Concluindo, Wonderful Life é um disco que faz lembrar os discos de metal alternativo do início dos anos 2000, em termos de sonoridade, mas original na forma como se serve das forças de cada um dos seus membros (“Carry On” e “The Flood” são uma boa surpresa). Por outro lado, peca pela extensão, sem que todos os temas sejam suficientemente fortes para a justificar. No seu todo é um álbum bem conseguido que apesar de não ser extraordinário, é divertido de se ouvir, especialmente para fãs de metal alternativo; nomeadamente, bandas como Fear Factory, Grip Inc., e Faith no More.

Nota: 8/10

Review por Raúl Avelar