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Entrevista aos Omnium Gatherum

Os mestres do Death Metal melódico Omnium Gatherum estão prontos para conquistar o mundo com o seu novo álbum de estúdio “Origin”, lançado a 5 de novembro pela Century Media Records. É um álbum furioso, frio e não faz prisioneiros! A incrível marca do Death Metal desta banda está agora combinada com excelentes sintetizadores dos anos 80, o que torna este álbum original!
A Metal Imperium conversou com o guitarrista Markus Vanhala, que nos contou mais sobre este 9.º álbum de originais.

M.I. – A vossa editora referiu que “Os mestres do Melodic Death Metal estão prontos para conquistar o mundo com o seu novo álbum de estúdio, 'Origin', que será lançado a 5 de novembro pela Century Media Records”. Por que é que eles acham que vocês vão conquistar o mundo? O que há de tão especial em “Origin”?

É porreiro se a Century Media acredita que conquistaremos o mundo com um álbum, (risos). “Origin” é um álbum muito bom, então por que não? É uma peça perfeita de death metal melódico moderno com músicas cativantes e um bom espírito.


M.I. - Vocês estão prestes a lançar o 9.º álbum da banda. Por que escolheram “Origin” para título? É a origem de quê?

É a origem de muitas coisas. O mundo lírico do Jukka está de novo a lidar com um conceito sobre os mistérios da vida e da mente humana, e o que está lá. A origem de todas as coisas dentro da mente humana. Como também em algumas partes, voltamos às nossas origens, raízes como banda. Por causa do bloqueio do covid e da paragem do mundo, de repente tínhamos muito tempo e começamos a ensaiar como banda novamente. Fizemos ensaios com frequência, o que não tem acontecido ultimamente, pois todos nós temos estado muito ocupados com todas as tournées e todas as coisas. Também voltamos aos Sonic Pump Studios, estúdio onde gravamos os nossos três primeiros álbuns, portanto também é uma das origens das coisas no caminho dos OG...


M.I. - A banda é conhecida por manter a sua essência. Como conseguem criar bom álbum após bom álbum?

Fazemos isso com o coração, e a banda também tem idade suficiente para ter o seu próprio coração e vida. Portanto, sabemos exatamente como um álbum dos Omnium Gatherum se sente por dentro e que elementos deve ter. Temos um som bastante individual para uma banda melodeath; vocais muito melódicos e ainda muito brutais, ao estilo do monstro das bolachas, alguns vocais realmente limpos de AOR e muitos teclados. É isso. Equilibrando o melódico e o agressivo.


M.I. - A banda já lançou três singles desta nova obra: “Fortitude”, “Paragon” e “Reckoning”... estas músicas são a melhor representação do álbum? Por que optaram por lançá-las em primeiro?

“Paragon” e “Reckoning” são temas de sucesso muito fáceis e cativantes do álbum, ao passo que “Fortitude” é uma música mais épica e profunda que mostra outros tons deste álbum.


M.I. - Como é que as pessoas têm reagido às novas faixas até agora? Mais faixas serão lançadas antes de 5 de novembro?

O feedback tem sido incrível e parece que os fãs amaram a nossa “nova direção”. O que não está muito longe do som distinto dos OG. (Risos). Haverá ainda outro vídeo, de um dos nossos ensaios, de uma música chamada "Unity". Será lançado exatamente no dia do lançamento do álbum, portanto é um dia de celebração.


M.I. - Todas as faixas incluem apenas uma palavra no título... há um motivo específico para isso?

Essa foi a maneira do Jukka fazer o conceito do álbum desta vez, nomes com uma só palavra. Acho fixe. Nada muito longo como os Bal Sagoth faziam antigamente: “Starfire Burning Upon The Ice-Veiled Throne OF Ultima Thule”, que também era fixe!


M.I. – O Jukka Pelkonen disse que “Basicamente “Paragon” é sobre superar obstáculos e situações difíceis. Qualquer coisa que vier no caminho pode ser intensa e maligna, mas não vai quebrar o diamante da determinação, esse é o modelo!” Esta é uma grande mensagem hoje em dia, porque muitos estão a lutar com vários problemas (profissionais, de saúde, mentais) devido à pandemia... vocês também foram pessoalmente afetados pelo vírus?

Acho que todos neste planeta fomos afetados pelo vírus de alguma forma. Esta tempestade de merda global que mudou tudo. Felizmente, ninguém da banda, nem do círculo íntimo e das famílias teve o covid. Mas o estado mental geral está muito em baixo e as pessoas estão cada vez mais infelizes. É por isso que queríamos fazer uma música edificante com “Paragon”. Nunca se rendam e nunca desistam!


M.I. - O vídeo de “Paragon” é um pouco confuso... o que é que as cheerleaders fazem lá? É para atrair mais visualizações?

Isso também foi para o mesmo humor edificante, que as pessoas precisam durante estes tempos. Mais impressionante, menos aquela melancolia nesta situação melancólica profunda. Carros porreiros, cheerleaders, verão, corrida, banda a tocar numa garagem. Por que não? Amamos tudo isto!


M.I. - “Fortitude” foi filmado em Munapirtti, uma ilha no sudeste da Finlândia, perto de Kotka, onde está a cabana, em que vocês ensaiaram muitas vezes antes de entrar nos estúdios para gravar os álbuns desde o “New World Shadows”. Trabalham melhor isolados do mundo?

O isolamento ajuda a mergulhar profundamente nos projetos, e o covid realmente ajudou neste caso com todos os bloqueios e o distanciamento social, sem distrações na floresta. É um santuário bonito e importante para nós. Temos muitos acampamentos de banda lá e ensaiamos músicas e discutimos os temas e arranjos do álbum na sauna. Muito finlandês, não é?


M.I. - Quem desenhou a capa de “Origin”? É uma mistura de capa de metal ao estilo antigo com as caveiras e estilo futurista com o vermelho e o símbolo. Qual é a relação com o álbum?

Foi Olli Lappalainen, o artista visual membro da banda. Ele projetou TODAS as nossas capas desde a primeira demo, por isso ele é uma parte importante da família OG. Há uma caverna dentro da montanha onde está um altar OG, origem de todas as coisas, e os crânios mortos são as pessoas que falharam e tentaram ferir este logotipo sagrado (risos). Na contracapa também há escadas longas e a porta que leva para dentro. Para a origem. Seja o que for.


M.I. – O Markus mencionou que a banda teve algumas mudanças estranhas na formação. Por quê estranhas? Essas mudanças na formação afetaram a banda de alguma forma?

Bem, as saídas do Erkki e do Joonas não foram estranhas. Eles cansaram-se da parte das viagens e tournées, e não queriam mais fazer isto. Isso acontece com alguns quando envelhecem, e eu definitivamente entendo isso. As pessoas começam a procurar coisas novas e a repensar as suas vidas. Mas a última mudança de formação com o velho baterista... essa é que foi Estranha. Na verdade, fizemos um acampamento da banda e ensaiamos novas músicas no nosso santuário e divertimo-nos muito, sem nuvens negras à vista, e, uma semana depois, o Tuomo enviou-nos um E-MAIL, a informar que estava a deixar a banda mas nunca nos disse exatamente o porquê nem o que aconteceu. Ainda não temos resposta para este enigma. Claro, mudanças na formação afetam muito a banda, mas a mudança nem sempre é uma coisa má. Tivemos a sorte de encontrar grandes tipos como o Mikko Kivistö e o Atte Pesonen, e recuperamos rapidamente. Esse foi o lado positivo do covid, já que tivemos todo este tempo para ensaiar com os tipos novos e crescer juntos como BANDA. Agora estamos mais fortes do que nunca. Para conquistar o mundo como a Century Media deseja. :)


M.I. – Os Omnium Gatherum finalmente tocarão muito ao vivo novamente, como antes do covid. Vocês já regressaram aos palcos... como se sentiram? Nervosos como se fosse o vosso primeiro concerto?

Fomos dos poucos sortudos que pudemos tocar em alguns festivais no verão passado, na Finlândia e até mesmo no estrangeiro, na Europa Central. Foi ótimo, pois vivemos e respiramos para isto. Claro que a rotina é diferente, mas a emoção e a descarga de adrenalina ajudaram. Nesta semana, finalmente regressaremos aos clubes e teremos o lançamento do álbum, a tournée finlandesa vai começar, vai ser demais e estamos super ansiosos! Haverá uma tournée como cabeças de cartaz na América do Norte e no ano que vem uma longa tournée europeia, e esperamos que tudo comece a voltar ao normal. É disso que precisamos.


M.I. - Tens alguma ideia de quando os fãs portugueses poderão ver os Omnium Gatherum a tocar ao vivo de novo nos nossos palcos?

Na tournée europeia que acontecerá em setembro, outubro e novembro, acho que iremos a Lisboa e ao Porto, e vamos encontrar todos vocês lindos metaleiros lá! Da última vez tocámos aí no festival Riverstone no Porto e divertimo-nos muito. Aquele foi um festival selvagem - pessoas a atirar palha umas às outras e para o palco. Fizemos umas festas brutais com o público português!


M.I. - Existe diferença na maneira de pensar e fazer as coisas pré-covid e pós-covid nos Omnium Gatherum? Ainda não nos livramos do vírus, mas...

Pelo menos esta situação fez-nos pensar mais e respeitar o que temos e o que tivemos. As coisas não são tão óbvias como costumavam ser... Quanto ao álbum, este bloqueio de merda deu-nos mais tempo para nos concentrarmos, sem distrações nem pressões de prazos sobre tournées, etc.


M.I. - Alguns consideram os Omnium Gatherum uma banda subestimada. Concordas? Achas que mereciam mais atenção?

Seria estúpido pensar coisas assim, porque pode tornar-nos amargos ou algo do género. Tivemos a sorte de chegar até aqui, existem bandas maiores, mas também existem imensas bandas menores. A nossa estrada tem sido longa e rochosa, mas sempre nos conduziu para a frente e avançou a cada álbum, mesmo que sejam passos de bebé. Algumas bandas crescem da noite para o dia, mas, por exemplo, as maiores bandas da cena hoje em dia como os Amon Amarth, Arch Enemy, Behemoth, levaram muuuuito tempo para fazer o grande avanço, e sobreviveram ao teste do tempo com mentalidade de trabalho. Tentamos ser também humildes trabalhadores do metal.


M.I. - Se tivesses que escolher as 10 melhores faixas dos OG para tocar ao vivo, de acordo com o teu gosto pessoal, que faixas escolherias?

Todas as 9 novas faixas de "Origin", pois são os meus bebés mais novos favoritos no momento. E talvez "White Palace", já que não a tocamos há muito, e é uma das minhas favoritas de todos os tempos.


M.I. - Há uma música que, inicialmente, não te agradou muito, mas agradou ao público?

Algumas canções surpreendem de vez em quando. Por exemplo, quando escrevi a música “New World Shadows”, não pensei que seria uma daquelas músicas que tocamos em todos os concertos, mas as pessoas adoram-na.


M.I. - Vocês são músicos há muitos anos... dirias que a paixão pela música é tão intensa como quando começaste? Por quantos mais anos achas que estarás tão “apaixonado” quanto agora?

Ainda estamos. Com cada novo álbum dos OG, ainda sinto honestamente que é o meu melhor trabalho até agora, e esse é um sentimento que não quero perder. Esse pode ser o fim do caminho... fazer o álbum que não parece o meu melhor trabalho. Eu poderia dizer que a paixão ainda está lá e além. No momento, estou ansioso que a tournée pelos clubes finlandeses comece. Bons tempos estão a chegar!


M.I. - Tens uma mensagem final para os nossos leitores e fãs dos Omnium Gatherum?

Espero que gostem de “Origin”. É bom. Espero ver-vos a todos vocês, ótimas pessoas e fãs no próximo ano! Até lá, cuidem-se!

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Entrevista por Sónia Fonseca