Em termos de informação, Thurnin tem pouca disponível acerca da sua formação, parecendo tratar-se de um projeto anónimo a solo; a nível de sonoridade faz lembrar Xasthur na sua fase folk, mas um pouco mais esperançoso (e exclusivamente instrumental).
As guitarras acústicas que abrem Mehnir no tema “The Voyage” são aquilo que chamam a atenção do ouvinte, pois a melodia invocada vai sofrendo alterações, sendo ornamentada por teclados, mas a essência é sempre a mesma. Este tema majestoso abre o álbum de estreia desta banda, sendo seguido de outro tema mais orquestral, mas sempre com as guitarras acústicas no centro, relembrando o tema “Wasteland” dos Riverside.
“Vicariously we rest” demonstra uma excelente execução técnica ao nível da guitarra clássica, como se tratasse de uma peça clássica executada por Ralph Towner. “Vagrants” aventura-se mais ao nível de instrumentação, com a adição de flautas e violoncelos, sendo um dos temas mais belos do álbum. “The Oath” retorna o foco para as guitarras, lembrando “Bards’ Song” dos Blind Guardian. “Winds of Decay” com a flauta e acompanhamento orquestral aproxima-se mais de música ambiente, por sua vez.
“Forsake Us Not”, o sexto tema, é um bom exemplo da maior fraqueza de Mehnir enquanto álbum, não existe uma variação de dinâmicas entre os temas, o que os faz quase soar como vários movimentos de um tema maior dividido por vários. “A Lament for the End” relembra música sacra, por exemplo, mas não se destaca do anterior “Winds of Decay” nem do seguinte “Trials of Menhir”, apenas parecem enquadrar-se numa lógica de um álbum conceptual. Com efeito, o tema mais melancólico, “The Fall of Men” encerra o disco e o ciclo de temas parece fechar-se sobre si mesmo, com orquestrações sombrias a acompanhar a guitarra.
No seu todo, "Mehnir" é um álbum relaxante, sem grandes variações de dinâmica entre os temas, e demasiado longo. Se bem que, por um lado, promete para os Thurin um futuro dentro do folk instrumental, por outro lado corre o risco de os afundar na categoria de “ser apenas mais um projeto” entre muitos dentro do género. Só o futuro o dirá. Até ao próximo lançamento, este álbum recomenda-se, quanto mais não seja pela forma como faz o ouvinte relaxar e imaginar o desenrolar de uma longa viagem. Às vezes é só disso que se precisa.
Nota: 8/10
Review por Raúl Avelar