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Reportagem: Rebellion, Leather Synn, SteelAwake @ RCA Club, Lisboa – 11/05/2022


Sempre atenta às oportunidades que possibilitem a vinda de bandas de qualidade ao nosso país, a Metal´s Alliance não deixou escapar os Rebellion, nesta tournée ibérica apelidada de We Are The People – Iberian Tour. Para acompanhá-los neste concerto no RCA Club, que prometia muito heavy/power metal, duas bandas portuguesas, que tiveram assim oportunidade de subir ao palco desta mítica sala de espetáculos: os Leather Synn e os SteelAwake.
Foram precisamente estes últimos a dar o pontapé de saída nesta noite. Este quarteto da margem sul tem uma sonoridade bastante agressiva, sem, no entanto, fugir ao que chamamos de heavy metal. Com o seu mais recente EP, Reborn, lançado há pouco mais de quinze dias, era expectável que esse trabalho fosse o foco para a atuação desta noite. Foi exatamente isso que aconteceu. Eram precisamente 20h40 quando a banda começou a tocar o tema “Bothers”, primeira música desse mesmo EP, para contentamento do pouco público que estava na sala. “Wolfie Strike” revelou alguns “lobos” entre a formação da banda e serviu para que o público se aproximasse um pouco mais do palco. Após os agradecimentos habituais, João Mourata aproveitou para dizer que o que move os SteelAwake é a paixão pela música, nada mais. A entrega da banda parecia comprovar isso mesmo. “Caught By Madness” e “Beast” finalizaram uma boa atuação, que merecia uma maior assistência.
Esta noite era dedicada ao heavy metal e por isso, não foi de estranhar a inclusão dos Leather Synn no cartaz. Apesar da curta discografia (apenas dois EP´s), esta banda já existe com este nome há mais de dez anos. Para o concerto desta noite, havia a curiosidade acrescida de ver em palco Ricardo Campos e Brunos Santos, que até bem recentemente eram também a dupla de guitarristas dos Enchantya. Após a introdução, a banda começou a sua atuação com “Honour and Freedom”, tema do seu single de 2015 e que foi apenas a primeira malha da noite. Muitas se seguiram, com destaque para “Warlord”, com Eduardo Cano a fazer a introdução no seu sintetizador e a pedir ao público que os acompanhasse nos coros. A guitarra de Bruno fez o solo que serviu de introdução ao tema “Still in My Heart”, mas estava ainda guardada uma surpresa para o fecho: os inconfundíveis acordes de “We´re Not Gonna Take It” começaram-se a ouvir e a banda despediu-se com este clássico dos Twisted Sister, onde os dois guitarristas, juntamente com o baixista, aproveitaram para descer até junto do público e tocar parte da música entre eles. 
A sala estava longe de estar cheia, mas quem fez questão de marcar presença no concerto desta noite sabia que ia ter a oportunidade de assistir à atuação de uma grande banda, por isso, a efusividade reinava entre o público. Vinte anos de atividade e nove álbuns de originais são um bom cartão de apresentação para qualquer banda. Saber que foi formada por ex-integrantes dos Grave Digger, também ajuda. Mas se quisermos falar de algo mais recente, podemos referir o último trabalho destes alemães, o fantástico: We Are the People, que dá o nome a esta tour. Álbum recheado de ótimos temas, que também resultam muito bem ao vivo, como pudemos comprovar. Guitarras e ritmos fortes, com coros que pedem a participação do público, onde reina uma melodia q.b. 
“Liberté, Egalité, Fraternité” foi uma entrada em grande, para uma noite que foi um autêntico tributo ao heavy metal. Michael Seifert é um verdadeiro frontman, detentor de uma poderosa voz que encaixa na perfeição na sonoridade que os Rebellion praticam. Nesta, também brilha a guitarra solo de Martin Giezmae e a bateria do “miúdo”, Sven Tost, sempre muito certinho. Muito comunicativo, o baixista Tomi Gottlich lembrou que esta era a primeira passagem dos Rebellion pelo nosso país e que havia muitos clássicos para tocar, tal com “Sweden”, tema que se seguiu. A seguinte paragem na atuação foi para lembrar os tempos conturbados que se vão vivendo a leste da europa, o que serviu de introdução para “Verdun”, um dos temas mais vibrantes da noite, assim como “Kiev”. “Letters of Blood” serviu para uma visita ao longínquo ano de 2002 e ao primeiro álbum de originais destes alemães, Shakespeare´s Macbeth – A Tragedy in Steel, para aquilo que se assemelhava ao final do concerto. Mas havia mais. O próprio Michael referiu que iria ser difícil deixar o palco naquela noite. “Ala Germanica” deu início ao encore que terminaria com o tema que todos os presentes esperavam, a visita aos Grave Digger com o tema “Rebellion (The Clans Are Marching). Autor da composição deste tema, Tomi não perdeu a oportunidade de descer do palco com o seu baixo e de o tocar entre o público.
Grande noite de heavy metal vivida no RCA Club. De lamentar apenas a ausência de público que assim perdeu a oportunidade de vivenciar um espetáculo único, oferecido por uma das melhores bandas alemãs da atualidade.


Texto por António Rodrigues
Fotografia por Sabena Santos
Agradecimentos: Metal's Alliance