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Reportagem: Glasya, Secret Chord e Lilith’s Revenge @ Metalpoint – 21/05/2022


O Symphonic Metal sempre foi um género apreciado mundialmente e em Portugal tem ganho novos fãs a cada dia que passa, graças às novas bandas nacionais percussionistas: Lilith’s Revenge, Secret Chord e Glasya. Isso pode-se constatar neste evento, realizado no sábado, dia 21 de maio, no Porto, no Metalpoint, pela banda Secret Chord. Apesar do espaço não ter esgotado na íntegra, um clima de amizade e companheirismo pairou no ar.

O concerto começou às 22:30, com os Lilith’s Revenge, o qual não podia ter escolhido melhor local, público e data, para apresentação do seu álbum de estreia “Children From Eden”. O público portuense é dos públicos mais fiéis e ávidos de concertos e isso viu-se nessa noite.
Ouve-se um poderoso som de bateria, tocado pelo Joe Silva, seguido de Bruno Sousa nas guitarras. Um anjo e sua voz aparecem: é Paula Teles que surge, para a apresentação do novo single, que saiu nesse mesmo dia, que acompanha com um vídeo espetacular, de nome “The Sword”, cujo tema “fala sobre as lutas que temos com os nossos demónios, com os nossos medos”, segundo palavras da banda. Com o aquecimento já feito, Paula, sempre simpática, cumprimenta o público. O baixista Edu Silva, teve um percalço com o seu baixo, daí terem de retomar a primeira música. Mas vale sempre a pena ouvir esta música várias vezes, pois é lindíssima! O produtor deste álbum, Jorge Lopes, veio substituir o guitarrista Paulo Silva, que teve um problema de última hora. Se já tinha dado provas com os Water Land, então com os Lilith’s Revenge foi fenomenal. Falamos da Paula, que é um furacão de palco! Um sorriso de orelha a orelha. Temas do álbum que resultam muito bem ao vivo, e a próxima música “Unforgettable” assim o demonstrou. Bruno puxa pelo público e guitarras vorazes são ouvidas. A sensualidade vocal entre Bruno e Paula resulta muito bem, pois o Bruno como coro resulta bastante bem. Lindo contraste de voz! “Carry on” é a próxima e temos de “continuar” para as próximas. “White Crow” é a música mais rockeira de todas do reportório. “Children From Eden”, faixa-título do álbum, começa com poderosas batidas de bateria e linhas de guitarra executadas com maestria. E o que dizer dos solos de guitarra e baixo de Edu Silva a acompanhar? Acabam com “Revenge” e agradecem o apoio do público.

Seguem-se os Secret Chord. Esta banda de Coimbra, anfitriã do evento, que conta com um EP: “Dimensions of a Dream”, de 2017 e um álbum: “Aurora”, de 2021 na bagagem, também marcaram pela excelência. Afonso Martins cria suspense na introdução do tema “Dawn”, que é o aperitivo para o início do concerto. Seguem-se os restantes músicos: Raquel Subtil (vocalista), João Conceição (guitarrista), Carlos Pereira (guitarrista, guturais) e Nuno Fidalgo (baixista). “Everything Repeats” não é uma repetição. João acompanha a voz de Carlos. Um belo contraste! E o que dizer da voz de Raquel? Das vozes que melhor funcionam, quer ao vivo, quer num álbum. Mas ao vivo, é um animal de palco! Nunca pára quieta e gosta de estar perto do público. Cumprimenta e agradece aos fãs por estarem presentes a um sábado à noite. “Lack Of Contact” é um rasgo de energia. Raquel chama ao palco Paula, dos Lilith’s Revenge, para um dueto. Um dos duetos mais lindos da história do Metal nacional, para uma versão da canção dos Madredeus: “O Pastor”. Raquel pergunta aos presentes se estão a gostar do concerto. “Egocentric Lust” segue-se e a bateria é rainha em “Empowerment”. O estilo “Beauty and the Beast “é evidente em “Never Again” e para quem é fã do estilo, sabe do que se fala aqui. “Sickness”, “Demons” seguem-se e, por último, “Set The Firestarter Ablaze”. Agradecem à sua segunda casa e prometem voltar.

E os Glasya, um dos nomes nacionais mais promissores e com um álbum lançado pela editora italiana, Scarlet Records: “Attarghan”, lançado este ano, também foram um dos convidados. “From Enemy to Hero” é o tema de abertura. O teclado de Davon Van Dave foi a introdução para a “batalha” no Médio Oriente. A voz imponente de Eduarda Soeiro ouve-se, enquanto se dirige ao palco, no meio do público. Segue-se “Way To Victory”, que é um rumo à vitória, sem dúvida! “Boa noite, pessoal do Porto! Como é que estão todos? Estão todos a divertir-se?" – Cumprimenta Eduarda, de forma calorosa, sorridente. “Retaliation” é dos temas mais rápidos do álbum, com linhas de guitarras, tocadas por Hugo Esteves e Bruno Prates. “First Taste Of Freedom” é um hino à liberdade e vozes femininas são as melhores para isso. Eduarda convida Raquel para um dueto e, num momento de união, companheirismo, dão as mãos e abraçam-se. Para quem gosta de sons árabes e todo o ambiente que o rodeia, “Journey To Akhbar” é uma viagem espiritual. Pode-se comprovar o quão versátil é a voz de Eduarda, pois consegue-se transformar em qualquer personagem. Até mesmo Bruno Ramos, na bateria. A cumplicidade entre os membros é evidente. Eduarda pede palmas e são uma introdução para “The Sound of 10.000 Feet Marching. Guturais, guitarras rápidas, como ‘Fast & Furious’, teclado super melódico, são a perfeição nesta música. Sem falar no solo de guitarra e bateria. Após a apresentação do recente álbum, fizemos uma viagem ao passado: vamos para o primeiro álbum, que data de 2019: “Heaven’s Demise”, de onde são tocadas três músicas. A primeira foi “The Last Dying Sun”, com o público sempre energético. Fenomenal teclado e guitarras sempre “on point”. “Glasya”, com o mesmo nome da banda, é o poder em pessoa e acabaram da melhor forma possível, com “Heaven’s Demise”. Despedem-se calorosamente e sem dúvida alguma, pretendem voltar, pois o público do Metalpoint é fiel e adora um bom concerto.

4 horas de concerto, numa casa que sabe bem receber as bandas e o seu público, onde o poder do vocal feminino foi o principal atrativo, tal como conhecer novas bandas e apoiá-las. Têm tudo para serem grandiosas cá dentro e, quiçá, lá fora. Obrigada ao Metalpoint, organizadores, fãs e principalmente às bandas, por uma noite memorável e até breve!!!

Reportagem por Raquel Miranda
Agradecimentos: Secret Chord