Ao segundo dia, na realidade o primeiro dia “oficial”, o público do Resurrection já pôde experimentar todos os quatro palcos em plena atividade.
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É complicado assistir a tudo, num festival com quatro palcos, alguns a arrancar em simultâneo. Desde logo sofrem mais as bandas locais, porque atraem menos quem viaja de fora. Foi por isso, que para o escriba, a primeira banda em destaque, após o cancelamento de Spiritbox, foi a banda brasileira que usa o nome Sepultura nas suas atuações. O poder do velho catálogo, ficou logo bem patente ao arrancarem com «Arise» e «Territory». No caso particular da primeira, consegue soar mais pesada, num registo quase hardcore, com a aproximação feita por Derrick Green. Aliás, não fosse o peso do passado, e esta seria uma banda formidável de assistir. Na realidade é, mas fica-se sempre a pensar em algo com os velhos temas, como um filtro que impede a satisfação completa. Pena que entradas e saídas de elementos, tenham causado uma turbulência que empurrou a banda para posições mais baixas no cartaz. Bom concerto de um grupo que tem, cada vez mais, em Derrick Green o motor da banda.
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Já no caso do regressados Vomitory, a sua presença no palco Ritual, não resultou bem. Death metal executado a meio da tarde, debaixo de Sol, perde impacto. Com os elementos a moverem-se pouco, transformou-se naqueles momentos de preencher cartaz. Talvez o objetivo fosse mesmo divulgar o regresso deste grupo outrora poderoso, mas que necessita urgentemente de um álbum novo e mais groove no seu death.
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Continuando com os grupos que perdem ao atuar debaixo do Sol, e principalmente num palco tomado pelo cabeça-de-cartaz, chega-se a Opeth. Hoje são claramente prog, e os temas mais viscerais até resultam mais melódicos. Perde-se é toda a ambiência e magia de uma sala fechada. Mikael Åkerfeldt, continua bem-disposto e humorado. Fredrik Åkesson está cada vez mais incrível na guitarra e mesmo nos coros, todos os restantes músicos estão em excelente forma. Apenas falta a magia do espetáculo visual. Bom concerto, no entanto, embora sempre com poucos temas, mas nem um concerto de duas horas de Opeth, deixaria satisfeitos os fãs.
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Se Vomitory tinham parecido abaixo da média, a presença de Benighted, no Ritual Stage, sublinhou esse problema. Também tocando de dia, os franceses tiveram uma prestação muito superior e enérgica. Um tremendo concerto em que de destacou o vocalista Julien Truchan. O músico agradeceu a entrega do público, mesmo reconhecendo como era difícil ser aceite, entre Opeth e Judas Priest. Quase em simultâneo a esta atuação no Ritual Stage, os belgas Wiegedood, que recentemente nos visitaram, também davam tudo, lutando contra a luz diurna. Menos eficazes que Benighted, eventualmente até mais deslocados, conseguiram arrebatar o público que os foi ver.
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Todos os palcos se calaram para o Main Stage quando foi a vez de Judas Priest. Neste dia, era muito o público que claramente queria ver a celebração de cinco décadas de Judas Priest. Claramente não é mais a antiga banda que cruzou os anos 80, ou que regressou com a reintegração de Halford. Scott Travis continua excelente, mas a idade pesa. Tipton e Downing já lá não estão. Ian Hill, permanece o mesmo, sempre no fundo do palco. Halford é o Metal God, mas percebe-se a idade, a dificuldade em movimentar. Mesmo os temas de arranque não foram os melhores para o fã mais antigo que só se animaria com «Freewheel Burning». Para quem chegou a Judas Priest na última década, certamente foi um concerto inesquecível, para os veteranos foi, claramente, uma atuação em que se sentiu o peso da idade. Ver um Halford numa actuação em que disfarça o peso da idade retraindo-se da frente de palco, com passos lentos e vocais reforçados por reverb, custa. Reconhece-se o esforço, mas pensa-se na forma desafiante como entrava em palco ao som de «Hell Bent for Leather». A parte final do concerto e o longo encore foram, no entanto, irrepreensíveis.
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Após a atuação da banda de Birmingham vieram uns Dark Funeral brutais, no Ritual Stage, e uns Me And That Man, no Desert Stage, mais próximos de banda de bar, do que se desejava. A opção, já que era preciso escolher, foi de passar mais tempo no palco onde atuavam os autores de «Open the Gates». E assim se encerraria a segunda noite do Resurrection.
Reportagem por Freebird
Agradecimentos: Resurrection Fest