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Reportagem: Vagos Metal Fest @ Quinta do Ega, Vagos - 28.07.2022 | Dia 1


É uma repetição, mas nunca é demais falar em regresso dos festivais. Neste caso, do Vagos Metal Fest à Quinta do Ega, em Vagos, naturalmente.


Um regresso que começou com Lyfordeath. O quinteto de Rebordosa, ausente dos palcos desde 2019, conseguiu ainda um bom número de festivaleiros. Afinal, já no dia anterior eram muitos a acampar. «Nullius in Verba» data já de 2018 e permanece como único álbum até à data. Seguiram-se os espanhóis Sölar. Dois quintetos a abrirem hostilidades no palco secundário de Vagos. Se o primeiro atua dentro do thrash death, com um lado sinfónico, os últimos estão mais perto do rock musculado, cantado em castelhano.

Os noruegueses Uburen abriram hostilidades no placo principal. Trio de black com veia folk, estiveram bem e enérgicos. Pena atuarem ainda de dia. Certamente que deixaram marca suficiente para um regresso a Portugal, em ambiente de clube.

Mudança de palco e espaço para Bøw. Novo quarteto nacional, na casa do punk hardcore, algures no screamo. As t-shirts usadas, denunciavam claramente as influências. “De Paris, mas agora também portugueses”, são Betraying The Martyrs. O sexteto de metalcore incorporou recentemente o vocalista português Rui Martins e veio celebrar a Portugal. Apenas sob a forma de quarteto, pois o teclista Victor Guillet, esteve ausente, por se encontrar prestes a ser pai. Excelente actuação, recheada de energia, porventura apenas não no melhor dia do festival.

Já The Ominous Circle era uma atuação esperada e resultou bem. Tal como muitas bandas ao longo do dia, não teve o melhor som, mas há muito que se desejava o regresso destes encapuzados nacionais. No momento em que estão a gravar novo disco e na mesma semana em que colocaram os vocais, foi um excelente regresso.

Estranho, bizarro, inesperado, despropositado. Tudo termos que ajudarão a descrever a passagem de uns Trollfest, agora em versão rosa, pelo palco de Vagos. Não era o espaço para eles. Única coisa que tiveram em comum com algumas bandas do palco principal, foi a nacionalidade, norueguesa. Lá se apanhou com «Dance Like a Pink Flamingo», motivo de todo o estardalhaço visual, e ainda com a versão de «Don’t Worry, Be Happy». Excelente momento para jantar.


Na eminência de terem ficado sem equipamento, graças aos serviços de aeroporto, os norte-americanos Cattle Decapitation foram brutais, mesmo sem terem melhor som. Sem gorduras, a banda de San Diego trouxe o seu grind, hoje mais death que nunca. Provavelmente o concerto da noite. No entanto o público não estaria lá por eles. «Death Atlas», um dos melhores discos da banda, foi a base da atuação, contribuindo para que ela resultasse ainda melhor. 

Obviamente que a maioria estava por Dimmu Borgir. Era uma das bandas mais pedidas há vários anos. Black metal para as massas. Um som cuja qualidade não agradou a todos, muito preenchido com intros às músicas, por vezes longos, e com paragens e saídas de palco que quebraram o ritmo. «Dimmu Borgir» e «I am Sovereign» abriram as hostes, já em encore foi «Mourning Palace» a fechar hostilidades. Uma banda claramente para festivais e grande público dentro do Metal.
 
Na lotaria instantânea deste Verão, joga-se quem vai falhar o festival e quem vai entrar. Desta vez, falharam os espanhóis Sauron e entraram os nacionais Holocausto Canibal. Atuação já tardia. Cumpriram, mas mereciam outras luzes e um público que já não estivesse em debandada. Felizmente que dentro do companheirismo do underground nacional, The Ominous Circle lhes emprestou equipamento para poderem atuar. Que venha o segundo dia.

Texto por Freebird
Fotografias por Tânia Fidalgo

Agradecimentos: Vagos Metal Fest / Amazing Events