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Sword – "III" Review


Os canadianos Sword estiveram muitos anos desaparecidos, tendo o seu último álbum, Sweet Dreams, sido lançado em 1988. A União Soviética e o Muro de Berlim ainda existiam, o grunge estava a dar os seus primeiros passos e o thrash reinava imperialmente no mundo do metal. Muito mudou entretanto, mas mal começamos a ouvir o álbum, percebemos que os Sword não vieram para brincadeiras e que, possivelmente, têm muito metal para oferecer ainda. Bad Blood é uma abertura em grande, com uma intro ameaçadora, que por sua vez dá lugar a um riff pesado que, embora não seja particularmente veloz, tem boas transições, sendo acompanhado de perto pelo baixo, que ajuda a dar músculo ao verso. As transições na música são imaculadas e, embora o solo não seja o melhor que já ouvi, faz bem o seu trabalho. A música acaba da mesma maneira que começou, feroz e, sem deixar o ouvinte respirar, (I Am) In Kommand entra a pés juntos, mantendo o ritmo frenético do álbum. O que (I Am) In Kommand não tem em peso (comparada com a sua antecessora), compensa em velocidade, o riff é possivelmente o mais rápido do álbum, a par com Not Me, No Way. (I Am) In Kommand pode ser dividida em três partes: a primeira, como já descrita, tem ritmo bastante rápido, que evolui para um grande solo, cortesia de Mike Plant. A segunda, a seguir ao solo, é caracterizada por um break muito mais pesado que o resto da música, mas mantendo-se orgânica com o resto da música. A terceira e última parte é bastante idêntica à primeira, mas um pouco mais pesada. Merece a sua promoção como single.
Dirty Pig é o segundo single deste álbum e tem uma abordagem um pouco diferente das duas primeiras músicas: é mais pausada, mas seguindo um som mais pesado, especialmente durante o seu refrão, que é bastante viciante. A letra da música (um pouco à semelhança do resto do álbum) não é das melhores obras que já vi e, embora Rick Hughes faça um bom trabalho vocalmente, é difícil não considerar as letras um pouco ocas.
Surfacing é um instrumental que, apesar de não ter nada de especial, permite ao ouvinte ter algum tempo para respirar após o início fulgurante do álbum, conectando com a música Unleashing Hell e Spread The Pain, sendo estas duas músicas as menos marcantes do álbum.
As últimas duas músicas do álbum voltam a elevá-lo. Took My Chances é possivelmente a música mais complexa do álbum, ou pelo menos a que tem uma sonoridade mais interessante, estando estruturada em várias partes distintas, orgânicas entre si. Finalmente, Not Me, No Way termina o álbum da mesma maneira que Bad Blood e (I Am) In Kommand começam: com heavy metal do mais puro e duro que há, rápido, direto e pesado! Tudo o que se pode pedir de uma banda do género.

Nota: 9.0/10

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Review por Tomás Drumond