Mais uma vez, o Porto e o Hard Club foram o centro de atenções para outro evento. E desta feita, um dos nomes mais importantes do post-punk escolheu este palco e cidade para apresentarem o álbum “End of World”, lançado este ano, mais precisamente no mês de agosto.

As portas abriram-se às 8 da noite em ponto, e o público foi entrando. Mais de metade deste espaço foi ocupado, o que, para um concerto num dia de semana, é considerado muito bom. Passada meia hora, entram em palco os Corsage. Vale a pena referir que foram escolhidos por John Lydon para serem a banda de suporte nos dois concertos de abertura em Portugal: no do Porto e no de Lisboa. Esta banda pop-punk, fundada em 2003, reeditou no ano passado o álbum “Música Bipolar Portuguesa” em vários formatos. E a primeira música desse mesmo álbum com que presentearam a multidão foi “Café Leopardo”. Henrique Amoroso, sempre energético, como que a comunicar por gestos e linguagem corporal, conseguiu cativar a atenção do público. Após a primeira faixa, saudou o público, que bateu palmas. “Nietzche Sushi Fashion Victim” captou pelo imaginário e pela instrumentação bem organizada. Amoroso perguntou, de seguida, se os fãs estavam preparados para receber a banda principal da noite, o que foi correspondido por palmas. Seguiu-se a terceira faixa. Sempre a saltar, o vocalista quis que a audiência fizesse justiça de ser o público mais quente daquela tournée. Para a próxima faixa e a apresentar, ajoelhou-se: “Dança do Não-Cumprimento”. Aclamaram várias vezes os Public Image Ltd durante o concerto. Tocaram uma cover dos Sétima Legião, que foi usada numa compilação para uma rádio portuguesa: “O Canto E O Gelo”, e por último, “Adeus Europa”. Agradeceram por estarem ali e desejaram que a próxima banda e o John Lydon fossem bem recebidos.

Chegado o tão aguardado momento, entraram em palco os PIL: Bruce Smith – baterista; Lu Edmonds – guitarrista; Scott Firth – baixista e, por último, John Lydon, que se aproximou da sua estante e disse à audiência que estavam muito calados e foi recebido com palmas. “Penge” foi a primeira música tocada da setlist, retirada do último álbum lançado este ano: “End Of World”, como que uma homenagem e tributo a Nora Forster, falecida este ano. Seguiu-se “Albatross”, de “Metal Box” de 1979, que imitou o pássaro em si. Uma música impecável, com batidas ferozes de Bruce na bateria e o público a acompanhar com palmas. Seguiram-se “Being Stupid Again” e “This Is Not Is Not A Love Song”, e nesta, os protagonistas foram o Bruce e Scott com os seus solos arrojados, e que logo de seguida, Lu acompanhou-os. “Potpones” e “Death Disco” puseram todo o Hard Club ao rubro e a bater palmas. Músicas poderosas que, sem dúvida, também mereceram forte destaque por parte dos membros e da plateia. No fim desta, John perguntou aos fãs que música gostariam de ouvir. “The Room I Am In” foi escolhida para dar seguimento ao concerto. E pode-se dizer que foi muito bem escolhida, pois o público sabia a letra de cor e juntou-se ao vocalista. No fim desta, o mentor da banda, perguntou se é costume ver-se muitos ingleses por aquelas bandas e se estão habituados.

John apresentou todos os membros da banda. Afirmou que todos eram bem vindos para conviverem entre si, tal qual uma família. E bem vindos à família PIL! E despediu-se com um "até para o ano".
Este foi, sem dúvida, um dos concertos mais aguardados em solo português. O famoso John Lydon e os restantes membros souberam receber e acolher os fãs, que há muito tempo os aguardavam. Tudo foi muito bem organizado: do princípio ao fim. Parabéns à organização e a todos os intervenientes. Que venham os próximos concertos com estes grandes senhores do Post-Punk!
Reportagem por Raquel Miranda
Fotografias por Rita Mota
Agradecimentos: At The Rollercoaster