Com o intuito de rentabilizar a vinda dos Morbid Death ao continente, a Ragefull Productions teve a excelente ideia de agendar este evento no Hollywood Spot, em vésperas do Oeste Underground – onde a banda também marcará presença-, permitindo assim a que todos os que não pudessem estar presentes no festival da Malveira, a hipótese de assistir à atuação da banda açoriana.
Os Ruttenskalle iniciaram a sua atuação pelas 22h25, entrando em palco com a sua formação que, apesar de abdicar de um baixista, se afirma cada vez mais com aquela que a banda opta para descarregar o seu death metal old school. As duas guitarras, suportadas pela bateria de Paulo Soares dão conta do recado, assegurando que as guturais de António “Trevas” Gonçalves encaixem bem nos temas. As músicas desta noite continuaram a ser extraídas do álbum Skin ´Em Alive, de 2021, sendo que a banda de Almada começou a sua atuação com o seu mais recente single “Destroyers of the Flesh”, que talvez seja um “cheirinho” de novo material que esteja para chegar. Jogando em casa, o quarteto deu um bom concerto, à semelhança daquilo a que já nos habituou noutras ocasiões.
Como já referimos, a vinda dos Morbid Death ao continente não ocorre com a regularidade desejada, merecendo por isso ser rentabilizada sempre que acontece. Oportunidade aproveitada por muitos para assistir ao concerto da mítica banda de São Miguel que, ao longo dos seus 33 anos de existência tem vindo a alterar a sua sonoridade. O que se mantém desde o início é a presença de Ricardo Santos, com toda a sua entrega e simpatia. Parafraseando o guitarrista Luís Bettencourt, “Ricardo Santos é Morbid Death”. Como prova de que o trio se orgulha imenso do seu passado, o seu concerto começou com o tema “Darkest Side of Paradise”, da sua demo de 1993 e só depois entrou no mais recente álbum, Oxygen, com “Away”. O trio ofereceu-nos um verdadeiro “carrossel” musical, espreitando aqui e ali todos os anteriores trabalhos, havendo mesmo oportunidade para interpretar “Survive”, a mais recente malha, incluída no terceiro volume da coletânea Azores Metal lançada no presente ano e que foi tocada ao vivo pela primeira vez nesta noite. A única situação a lamentar foi mesmo a duração do espetáculo. Limitados pelo tempo, às 00h00 os Morbid Death tiveram que terminar a sua atuação, ficando na ideia que havia ainda tanto para dar.
A sala do Hollywood Spot está claramente dentro do circuito do nosso underground, oferecendo a hipótese de se assistir a boa música todos os finais de semana. Este foi mais um exemplo disso mesmo. Vamos aguardar com ansiedade um novo trabalho da banda açoriana, um digno sucessor de Oxygen, e que ele seja motivo de novos concertos no continente.
Texto por António Rodrigues
Fotografia por Tânia Fidalgo
Agradecimentos: Rageful Productions