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Reportagem: Halestorm, Black Veil Brides e Mothica @ L.A.V., Lisboa – 02.12.2023


Foi pequena a sala do L.A.V. para acolher todos os que desejavam marcar presença neste evento. 10 anos após a sua primeira passagem por Portugal, eis que os Halestorm regressam, agora a encabeçar uma tour que conta com outro nome de peso, os Black Veil Brides (B.V.B.). 

Este cartaz só por si, já valia o bilhete, mas havia ainda McKenzie Ellis, ou se preferirem Mothica, a quem couberam as honras de abertura. Foram apenas 30 minutos, é verdade. Mas durante esse período ficámos a saber muito sobre Mothica, a origem do nome, a sua luta com alguns problemas pessoais e como a música a ajudou a ultrapassá-los. Escutámos ainda 9 temas interpretados pelo trio de Oklahoma, onde se incluíam 2 covers: “Can You Feel My Heart”, dos Bring Me The Horizon e “All Stars”, dos Smash Mouth. Ellis apresentou-se em palco com um belíssimo vestido e a sua simpatia logo cativou o público presente, que era muito. Fazendo uso de samples, a sua música fugia um pouco ao rock puro e duro das bandas principais, mas não deixou por isso de ser do agrado de todos os presentes que até ajudaram no refrão de “Sensitive”, tema que encerrou a sua atuação. 

A fila que se estendia por vários metros desde a porta de entrada do L.A.V. não enganava. Estávamos perante um grande evento, uma grande noite de música e os B.V.B. eram uma das razões para que os bilhetes estivessem esgotados. Com uma considerável legião de fãs no nosso país, eles não iriam perder a estreia da banda formada no Ohio e desde cedo se fizeram ouvir, começando a chamar por eles muito antes da hora estipulada para o início da sua atuação. Este concerto não parecia querer publicitar nenhum álbum, antes oferecer ao público os seus melhores temas, percorrendo a sua já longa carreira. Assim, o espetáculo teve início com “Crimson Skies” e “Rebel Love Song” foi mesmo o segundo tema. Quem estivesse à espera de uma entrada em grande não tinha motivos para não estar feliz. Andy não esteve muito conversador, apenas salientou o facto de só agora terem vindo a Portugal, agradeceu o apoio e lembrou que também há fãs de B.V.B. old school, foi para eles em especial que tocaram “The Legacy”, tema mais heavy metal que até deu origem a algum body surfing. “Fallen Angels” foi talvez o ponto alto da atuação dos B.V.B. que terminaria com “In The End”, não sem antes Andy prometer um regresso ao nosso país. 

Back From The Dead Tour é o nome desta digressão encabeçada pelos Halestorm. O nome faz todo o sentido, não só pela referência ao seu último álbum, mas também porque se existe banda que tem progredido e esforçado para evoluir são eles. Os frutos desse trabalho estão a aparecer e são merecidos, como as salas que têm esgotado nesta tour, um sinal claro de que estão a fazer as coisas bem. Lizzy Hale teve uma entrada em grande no L.A.V., gritando desde logo: RAISE YOUR HORNS, para uma sala que estava efusiva. Depois…bem, depois foi um desfilar de malhas, daquelas a que nenhum apreciador de rock consegue ficar indiferente. Aquela voz assenta como uma luva nas músicas compostas pelos Halestorm e elas são igualmente boas a nível instrumental, tendo tudoo que uma música de rock precisa de ter. Depois de “Love Bites (So Do I)”, seguiu-se “I Get Off” dedicada a todas as mulheres presentes. Lizzy não se limita a cantar, é uma excelente guitarrista e também faz solos. Tivemos oportunidade de assistir a momentos simplesmente instrumentais de elevada qualidade no concerto desta noite. A vocalista estava visivelmente satisfeita com a receção que a banda estava a receber e não se cansou de o referir. Lembrou que a banda se encontra junta, com a mesma formação, há 20 anos, o que é um privilégio. Joe Hottinger com uma viola de caixa foi único acompanhamento para a voz de Lizzy no tema “Terrible Things” e quando chegou a vez de “Familiar Taste of Poison” toda a sala cantou com a banda. Concerto rock que se preze tem de ter solo de bateria e Arejay teve o seu momento. Divertiu o público, mostrando e tocando mesmo com umas baquetas tamanho XXL. O encore trouxe uma Lizzy sozinha, ao piano, para tocar um medley de temas onde se encontravam “God Bless the Beast” e “Raise Your Horns”. De seguida, já com todos os elementos em palco, houve direito a um brinde antes do tema “Here´s To Us”. A música que encerrou este fabuloso concerto foi “The Steeple”, não me ocorreria uma que se adequasse melhor. Foi um daqueles concertos que se tornam inesquecíveis para quem os presencia. Rock é atitude e isso foi o que não faltou nesta noite no palco do L.A.V. 

Texto por António Rodrigues 
Agradecimentos: Prime Artists