About Me

Reportagem: The Overjoyed e Albert Fish @ Village Underground, Lisboa – 01.12.2023


Que bela maneira de dar início a este final de semana que, para muitos, foi alargado devido ao feriado de sexta-feira. Punk rock foi a receita para esta noite e logo por duas bandas de enorme qualidade. The Overjoyed que vieram da Grécia, trazendo consigo o novíssimo Pressurepop, mas também os Albert Fish, banda com 30 anos de carreira que aparenta estar a viver uma segunda vida, depois de uma injeção de sangue chamada Inês Menezes.

Com um novo álbum quase, quase a sair para o mercado, os Albert Fish marcaram presença neste evento com um concerto repleto de energia. O palco foi mesmo muito pequeno para eles, sobretudo para a vocalista Inês que fez várias incursões por entre o público com o intuito de animar - ainda mais - as hostes. O som na sala estava muito bom, o que foi uma preciosa ajuda para que tudo corresse pelo melhor. Arranque rasgadinho com “Alone”, num alinhamento que apenas abrandou com “Save the Planet”, um tema novo que, talvez por isso, teve uma falsa partida. “Walk It” é a música que anda a rodar nas plataformas como avanço para o já referido novo álbum e, como tal, também não podia falhar nesta noite. O concerto dos Albert Fish terminou com “Sindelar” que, segundo Inês, é uma música de resistência e resiliência.

Terceira vinda da banda grega a Portugal, bem aproveitada para percorrer grande parte do nosso território dando concertos. Depois de na noite anterior terem atuado em Évora, era chegada hoje a vez de atuarem na capital, no Village Underground. Com uma enorme simpatia, o quarteto trazia um alinhamento onde não podiam faltar temas do novo trabalho, mas onde se incluíam ainda malhas do aclamado Aced Out, álbum de 2019. Foi mesmo dele que tiraram “She Has Everything”, música que foi interpretada apenas com uma guitarra, enquanto a outra trocava uma corda que se tinha partido. Os The Overjoyed têm também um novo single, “Whiner”, que encaixou muito bem na setlist desta noite. Todos os temas foram muito aplaudidos pelo público presente na sala, pois todos eles mexeram com a audiência. De destacar o som da bateria, que estava mesmo poderoso e também a simpatia do quarteto grego que teve a capacidade de cativar todos os que assistiam. Não houve lugar a encore, mas ninguém deixou a sala sem aquela sensação de ter passado uma boa noite na companhia de duas grandes bandas.
A promotora tinha anunciado os The Overjoyed como uma banda enérgica e foi a isso mesmo que assistimos. Mais, os Albert Fish, com os seus 30 anos de existência (respect) fizeram o mesmo, numa noite memorável de punk rock.


Texto por António Rodrigues
Fotografias por André Azevedo
Agradecimentos: Infected Records