Omnium Gatherum - "New World Shadows" Review

Death Metal Melódico. Este rótulo é vago o suficiente para açambarcar desde bandas como Dark Tranquillity a Buried Dreams, o que para quem não conhece os Omnium Gatherum, poderá não ser suficiente para chamar a atenção, no meio de tantas edições mensais a que se assiste actualmente. E isso, por si só, deverá ser considerado um infeliz acaso do destino e até mesmo um crime (e de certeza que o irá ser em um qualquer futuro apocalíptico). Chegando a este quinto registo de originais sem qualquer conhecimento prévio da banda finlandesa e dos álbuns anteriores que lançou, o impacto que o mesmo tem sobre mim é o mesmo que um membro do gado bovino desgovernado tem numa loja de louça fina: arrasador.

A abertura com o épico “Everfields”, que ultrapassa a marca dos nove minutos, dá logo a indicação de que estamos a ouvir algo difícil de encontrar hoje em dia. Voz gutural, melodias de guitarra viciantes, bons solos, e uma atmosfera cativante – aqui os teclados têm uma importância fulcral – faz com que o tempo voe, desde o seu início em crescendo até ao final que parece chegar cedo demais. Até se fica em dúvida se a banda é mesmo finlandesa, já que não tem os tiques típicos de virtuosismo do país dos mil lagos. Mas acreditem…, o virtuosismo está todo lá.

No entanto, os mais cépticos poderão pensar… “ok, é só a primeira faixa”. O riff cavalgante da “Ego”, destrói por completo qualquer raciocínio mais incrédulo. Mais uma vez a melodia não sai da cabeça, o refrão nasceu para ser gritado ao vivo e mais um solo fantástico. Quando se chega à faixa título traz-nos, por sua vez, vozes limpas num coro que também fica imediatamente na cabeça, junto com o lead de teclados que domina a parte final da música.

É impossível tentar encontrar algum defeito na música aqui contida, mesmo dissecando-a faixa a faixa. O que se encontra é tudo aquilo que o Death Metal Melódico deveria ser sempre - melodia mas sem perder a parte do Death Metal e todo o seu peso inerente, voz forte que ainda confere mais força com raros apontamentos de voz limpa, e acima de tudo, grandes canções. Para todos os apreciadores de bandas que juntam o melhor de dois mundos e ainda conseguem ser minimamente originais e para todos aqueles que julgam que já não há nada que os possam surpreender positivamente, este é um disco obrigatório. Grande álbum.

Nota: 9/10