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Amon Amarth - "Surtur Rising" Review

Amon Amarth é das poucas bandas que nos oferece garantias quando compramos os seus álbuns. Quem gostou do primeiro álbum, de certeza que gostou de todos os seguintes, sendo que pode se considerar que a banda está a fazer um caminho perigoso, podendo ser acusada de fazer o mesmo álbum vezes sem conta. E esse é o seu maior trunfo, porque a cada álbum, não se afastam da identidade pré-estabelecida no primeiro lançamento mas também dão sempre um passo em frente no que diz respeito à produção, composição e interpretação. Apesar de manterem o seu estilo, optam por mais injectar mais melodia que não desvirtua a sua personalidade já vincada por sete álbuns de estúdio.

A faixa de abertura do álbum, “War Of The Gods”, é um potentado em forma de música, chamas asgardianas e destruição e a melhor maneira possível para iniciar as hostilidades, uma faixa que nos traz o melhor que os Amon Amarth são capazes. No mesmo nível de intensidade temos a “Destroyer Of The Universe” – com um refrão viciante - e a “Live Without Regrets” – também ela com um refrão peganhento e altamente contagioso. Ainda aguentamos com a pesada “Wrath Of The Norsemen” e as suas leads que surgem sempre no momento certo, criando um certo ambiente opressivo e simultaneamente, melódico e finalmente a “A Beast I Am” com o riff que acompanha o refrão a lembrar a “Born Stubborn” dos Sepultura, meio arábico, totalmente Amon Amarth, que apetece por em loop até ao dia do Ragnarok.

Ao mesmo tempo também temos faixas mais mid-tempo e melódicas que não envergonham ninguém mas que vão desacelerando o ritmo do álbum. Não será por acaso que elas surgem quase intercaladas com as que referi atrás. Temos a Töcks Taunt – Loke’s Treachery Part II – com um groove assinalável mas não violento; “Slaves of Fear” – na mesma onda da “Töcks Taunt” mas mais melódica, melodia à la Amon Amarth, claro está; “The Last Stand Of Frej” – com melodias verdadeiramente melancólicas mas à macho (com a cerveja na mão!); “For Victory Or Death” – que junta um ritmo up-tempo a uma melodia daquelas que também não saem da cabeça nem à marretada; e a finalizar o álbum temos a quase sinfónica (!) “Doom Over Dead Man”, que tem o seu início como uma doce lullaby instrumental e que depois desemboca num melancólico riff acompanhado a arranjos (sinfónicos) de teclados, que apesar da descrição pode fazer o habitual fã dos suecos ficar de nariz torcido mas que resulta, por incrível que pareça.

Na edição especial tem-se uma parafernália de extras nomeadamente no DVD, onde estão os quatro concertos que foram registados para serem lançados, versão áudio, nas reedições dos quatro primeiros álbuns que foram tocados na íntegra. As faixas aúdio bónus são todas covers com a “Balls To The Wall” dos Accept e “War Machine” dos Kiss e a faixa bónus para o iTunes, a mais surpreendente de todas, e a que tive acesso, “Aerials” dos System Of A Down, que ficou fantástica. Bem adaptada e adoptada, que acaba por ser uma boa forma de fechar o álbum.

Em jeito de conclusão… os vikings vieram, da mesma forma que vieram antes, mas o ataque foi diferente, mais requintado, com mais arranjos ao nível de melodias de guitarra que passam quase despercebidas mas que enriquecem em muito o resultado final. Acabam por fazer o álbum que os fãs esperavam que fizessem mas simultaneamente dão um passo em frente, um passo que não é dado em falso.

Nota: 8.7/10
"Surtur Rising" track list:

01. War of the Gods
02. Töck's Taunt - Loke's Treachery Part II
03. Destroyer of the Universe
04. Slaves of Fear
05. Live Without Regrets
06. The Last Stand of Frej
07. For Victory or Death
08. Wrath of the Norsemen
09. A Beast Am I
10. Doom Over Dead Man



Review por Fernando Ferreira