The Devin Townsend Project

A procura de adjectivos que se possam atribuir a Devin Townsend já se revelou um exercício inútil, seja pela impossibilidade de poder descrever com exactidão o que ele realmente é, seja por não haver nenhum unanimemente aceite. O projecto de quatro álbuns chega ao fim com a edição de “Ghost” e “Deconstruction” e os dois não podiam ser mais díspares. Há algo em comum, no entanto, que é o facto de ambos serem obras ambiciosas nos extremos a que se propõem. Se “Deconstruction” é um colosso de metal extremo, intrincado – para não dizer complicado, “Ghost” está no outro pólo oposto.

Extremamente leve, ao ponto de o elemento mais metal do álbum ser mesmo o nome “Devin Townsend Project”, o álbum explora ambientes bem mais pacíficos, parecendo por momentos os cds vendidos a 3 euros num qualquer supermercado perto de si. Apesar de isto parecer um argumento desfavorável, a verdade é que, à primeira audição, “Ghost” cativa pela sua capacidade… zen, chamemos-lhe assim. No entanto, acaba por ser muito longo para o seu próprio bem (tal como “Deconstruction”) e embora tenha faixas que sobressaem – tais como a “Kawai”, a faixa título, “Blackberry” e “Texada” – tem outras que passam completamente despercebidas.

Mesmo sendo este um trabalho sem qualquer tipo de peso, e até muito minimalista, não provocar qualquer tipo de impacto é sempre algo de não muito positivo. É ideal para ouvir naquelas tardes de verão, com algum calor, à sombra de qualquer coisa. A desvantagem é que podem não chegar a ouvir mais de metade do álbum, devido ao seu efeito anestesiante.

Nota: 6.5/10