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Reportagem: 6ª Edição Metal GDL - 9, 10 e 11 Julho 2011

11 de Junho - 3º Dia

O último dia começou com os thrashers de Viseu, Angriff, a darem um concerto portentoso. Infelizmente para o ambiente e banda, esteve pouquíssima gente a assistir, talvez o calor não ajudasse à disposição. A banda, essa, tocou como se o recinto estivesse cheio e ainda nos ofereceu «Troops of Doom».

Os Grimlet também cumpriram bem a sua missão neste início de dia, e não baixaram a intensidade do concerto anterior. Bons tecnicamente, dinâmicos, a música não cansou, e deixaram algumas almas curiosas por revê-los no futuro.

Pode-se não gostar de Hardcore, mas uma coisa é inegável, bandas como os Grankapo são extremamente intensas e vivas em palco, e conseguem gerar muito movimento lá na frente. Foi assim o concerto dos lisboetas, mas pouco depois seriam batidos aos pontos, pelo menos a avaliar pela loucura no alcatrão.

Eram altas expectativas sobre os algarvios In Tha Umbra, depois de um EP cheio de boas indicações. O concerto perdeu algo por ser à luz do dia e sob muito calor, mas a banda portou-se bem e tocou tudo na perfeição. Os temas novos funcionaram brilhantemente, e não faltou o clássico «Slovgh ov Capricorn».

Uma das principais atracções deste ano, foram os Concealment. Concerto impressionante, de alto nível mesmo. A mestria de tocar um baixo de nove cordas chamou naturalmente a atenção, mas toda a banda é tecnicamente excepcional e conquistou novos fãs. Algo que saltou também à vista foi a sua humildade, o que tocando como tocam, não se vê todos os dias.

E então, For The Glory. Uma das bandas de topo do Hardcore nacional, e isso foi comprovado, uma vez mais, em Grândola. O público ficou possesso, e só descansava entre as músicas. A banda sabe criar uma simbiose perfeita com os fãs, e a mensagem política criou ainda mais raiva e nos presentes.

Os Crushing Sun não sendo uma banda fácil, tinham muitos fãs à espera, mas muitos outros foram abandonando. A banda demonstrou, como noutras ocasiões, boa destreza técnica com espaço para ser ainda aprimorada. Podem crescer e com o tempo angariar mais apoio. Por enquanto não se percebe muito bem a tendência das opiniões.

O poder de fogo foi devolvido pelos Switchtense. Brutalidade, nova sessão de mosh violento, refrões feitos a dedo para serem entoados pelo público, enfim, demolidor como habitualmente. A banda está numa forma incrível e cansa só de ver ao longe, imagine-se lá no meio.

Pela segunda vez no GDL, os “Irmãos de Camões” Krisiun só não destruíram por completo o palco e o recinto porque o material deve ser bom. Uma máquina de blastbeats, a continuação da roda de alta voltagem e corpos, muitos corpos no ar. No final a sensação era de atropelamento, tal a exaustão física.

O concerto de Heavenwood, sendo bom, soube a pouco. Devem ganhar imenso num espaço fechado e, claro, com mais tempo. Centraram a actuação no último registo, onde se destacou a fantástica “Morning Glory Clouds”, mas relembraram também o belo «Diva». A rever, noutras circunstâncias.

Onslaught foi bom! Os ingleses mostraram que a experiência é um posto e deram um belíssimo espectáculo de Thrash Metal. Infelizmente a set list não contou com muitos temas dos dois primeiros álbuns, mas “Metal Forces” e “(Onslaught) Power From Hell” valeram tudo. O início com “Killing Peace” agarrou imediatamente o público.

Dos Vader sabe-se sempre o que contar. Death Metal de qualidade e poderoso. Apesar das várias mudanças na formação, a banda vai prosseguindo o seu caminho e continua a dar concertos competentíssimos e devastadores. Muitos clássicos como “Sothis” ou “Wings” fizeram as delicias, e o imponente final com a brilhante cover “Black Sabbath” e a tradicional “Raining Blood”, foram a cereja no cimo de um excelente bolo.

Ia já longa a noite e o cansaço era notório, mas ainda houve tempo para os Vai-te Foder destilarem degredo, punk sujo, sempre a abrir, e sem pedir licença. Muitos desistiram antes, outros encontraram forças e gastaram-nas até não haver mais.


Como é bom de ver, foram muitos os concertos bons. Aliás, o Metal GDL já nos habituou a ser paragem obrigatória por todo um conjunto de pontos positivos. Estão de parabéns uma vez mais!



Texto: Carlos Fonte
Fotografia:
João Cavaco

Agradecimentos:
Organização