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Reportagem: 6ª Edição Metal GDL - 9, 10 e 11 Junho 2011

10 de Junho 2011 - 2º Dia

Agora sim, estavam em funcionamento os dois principais palcos, e a dança non-stop entre ambos começou com os Lifedeceiver e as suas dispares influências que, no conjunto, até resultam num som interessante. Não criaram grande união com o público e o momento alto foi a cover de EyeHateGod.

Confront Hate fazem parte de um conjunto de bandas que soam imenso aos Lambs of Gods desta vida, apesar de terem uma grande atitude e força ao vivo! O som não esteve nas melhores condições, problema extensível a outras bandas, ao contrário do habitual.

Os espanhóis Omission espalharam thrash metal negro sobre Grândola, com perfume intenso a old-school. O excelente conjunto de riffs e a voz agressiva de Patillas, que deve exterminar aquela garganta, trouxeram a intensidade que o dia ainda não tinha conhecido.

Seguiram-se os WAKO com mais um concerto muito sólido e profissional. O som algo embrulhado aqui e ali, não mexeu com a postura de uma banda que não sabe dar maus concertos. Intenso, próximo do público e temas que funcionam muito bem ao vivo. Poderiam, precipitadamente, ser conotados ao que referi à pouco, mas revelam personalidade e evolução.

Outros que já nos habituaram a concertos repletos de intensidade e comunhão, são os We Are The Damned, que estão cada vez mais sólidos quer em estúdio quer em palco. Goste-se mais ou menos, a verdade é que não é fácil assistir a um concerto deles sem abanar a carola ao ritmo do crust que introduziram no seu som. Celtic Frost foram mais uma vez relembrados.

Os veteranos Web foram prejudicados pelo som desequilibrado. A sua presença em palco é sempre humilde e de entrega total, nomeadamente a do carismático Victor Matos, numa das guitarras. Porém, apesar de intenso, não correu muito bem em termos sonoros.

Corpse paint e teatralidade, as duas palavras que caracterizam os Noctem. O seu Black/Death com flashes de Thrash a dar maior dinâmica à música, agradou os presentes. Poucos os conheciam, mas em geral as reacções foram positivas.

Outro episódio da série “porrada” teve como actores principais os Simbiose. Brutalidade de princípio a fim, litros de líquidos a serem expulsos dos corpos, e mais uma belíssima performance desta banda que sofreu algumas alterações, mas que mantém todo o espírito e poder em palco.

Os Holocausto Canibal, são sempre aguardados com entusiasmo em qualquer cartaz. A fórmula é conhecida e não interessa se o vocalista canta ou se apenas emite sons, através de poderosíssimos piggies. A boa disposição reinou e não faltou o pezinho de dança. Muito boa a cover de Mata Ratos – “CCM” - na preparação do ambiente.

E, então, os próprios Mata Ratos, uma instituição do punk. Muitos anos, muitos clássicos, e toda a gente conhecia pelo menos uma música. «A Minha Sogra é um Boi» e «Napalm na Rua Sésamo», levaram ao delírio quem sabia as letras de trás para a frente. No fim, o público exigiu um encore e recebeu o prémio. «CCM» obrigou os Entombed a esperarem um pouco.

Os suecos da velha guarda subiram ao palco e os fãs não tardaram em retribuir toda a energia que estes emanavam. Os clássicos foram mais do que muitos, com destaque para “Serpent Saints”, “Crawl” ou “Left Hand Path”. A banda provou ser muito boa ao ar livre também, depois de um concerto devastador no Side B, no ano passado.

Para terminar a noite, no armazém, os porno grinders Grunt. Tudo o que foi dito sobre Holocausto Canibal assenta neste projecto, que é uma evolução dos Fetal Incest. Pleno de intensidade e técnica; «Goth Girls Don’t Say No» foi, e é, a loucura.


Texto: Carlos Fonte
Fotografia:
João Cavaco

Agradecimentos:
Organização