Ajattara - "Murhat" Review

Pasi Koshinen (aqui conhecido como Ruoja) foi um dos grandes instigadores deste projecto/banda e talvez ele também tenha sido a principal razão do seu crescente desinteresse pelo seu papel como vocalista dos Amorphis. Sendo muito mais extremo que a famosa banda finlandesa, foi relativamente fácil atrair a atenção da imprensa e dos adeptos das sonoridades mais extremas. Após os primeiros álbuns terem sido muito bem recebidos, a determinada altura, a carreira do grupo parece ter sofrido algum revés após rumores de uma separação (talvez suscitados pelo incidente em que Ruoja fez saudações nazis num concerto), com os dois álbuns anteriores a terem sido recebidos de forma negativa tanto pela crítica como pelos fãs. É com esta bagagem que se arranca para este “Murhat”, que embora não tenha o mesmo impacto que os primeiros têm, é sem dúvida mais inspirado que os últimos lançamentos. A vertente quase industrial, quase maquinal (em termos rítmicos, algo próximo com Samael) está bem vincada. Mais variedade a nível vocal – certas passagens a fazer lembrar os tempos de vocalizações limpas de Koshinen nos Amorphis – e também uma vontade de ir mais além, sem desvirtuar aquela que é considerada a essência da banda (“H.A.I.” é um óptimo exemplo). Na generalidade, o ritmo é ameaçador e lento (além do toque maquinal já referido atrás) mas no entanto há boas excepções a esta regra na forma da faixa de abertura “Kunnes Taivas Meidat Erstaa” e a “Apillas”, dois dos momentos mais explosivos deste conjunto de canções. A capacidade de criar dinâmica e de surpreender é o maior valor que se pode retirar dos Ajattara versão 2011. Faixas como “Veljet” têm um poder capaz de viciar qualquer um e levar a que o fã que já tinha perdido a esperança nos finlandeses possa recuperar algum do interesse e aquele que não conhece, possa ficar curioso pelo passado, e ficar capturado pela qualidade dos primeiros três álbuns. Um voltar à estrada.

Nota: 7.8/10