Yob - "Atma" Review

Uma das grandes instituições do Doom mundial volta à carga depois de dois anos de ausência e a ausência não trouxe nada de extraordinariamente novo, o que no caso dos Yob, até nem é mau de todo. De qualquer forma, pode-se constatar que este “Atma” é ligeiramente menos aventureiro que o anterior, sendo mais directo, mesmo tendo músicas de longa duração (a mais curta tem mais de sete minutos). Ora bem, “Prepare The Ground”, a primeira música do álbum, não podia ter título mais apropriado. Riff sujo após riff sujo, a voz ácida de Mike S. surge como um hipnoterapeuta que nos entoa palavras de esquecimento e desprendimento pela vida quotidiana. E não é preciso muito para que se mergulhe interminavelmente no mar sufocante de peso monolítico de “Atma”. Não há grandes truques, nem artifícios, nem sequer aquele toque (mais) progressivo presente no último álbum. Tudo muito simples e principalmente, muito orgânico, de uma forma muito crua, não dispensando uma certa melodia hipnótica e até em certa medida apocalíptica como aquela que encerra o álbum , em “Adrift In The Ocean”, sem dúvida, o melhor momento deste lançamento. Há álbuns que custam a entrar e há álbuns que custam a largar.

Admito para que os que não gostem de épicos monolíticos, que possam encarar este álbum como pertencente ao primeiro grupo, mas é garantido, assim que entre, vai ser um vício.

Nota: 8.5/10