Passando pela maca do gore/grind os espanhóis Haemorrhage leram bem o dicionário-médico para o seu último trabalho. O paciente fica completamente dilacerado depois da ‘operação Carnage’.Com temáticas vomitadas pelas vísceras estomacais, o conceito do álbum apresenta-se como um bisturi personificado pelo microfone onde não podemos deixar de pensar na mensagem que nos é transmitida, ou seja, uma critica brutalmente metafórica aos sistemas hospitalares, às negligências médicas, indústria farmacêutica e os seus lucros, exemplos que muitas das vezes se revelam autênticos tumores para a sociedade.
O tema de abertura ‘Open Heart Butchery’ apresenta-se com alguma sobriedade, usando um mid-tempo o qual nos distancia dos tempos de Anatomical Inferno ou mesmo do antecessor Apology for Pathology, porém notamos uma maior maturação na composição e sonoridade. Segue-se ‘Traumaggedon’, com riffs potentes acompanhados pelo d-beat na percussão, e ‘Flesh-Devouring Pandemia’ traz-nos um vigor diferente e mais dançável, com guitarras encharcadas de groove, blast beat frenético e a junção de vozes (gutural e aguda).
Este álbum não apresenta nenhuma surpresa, movem-se num terreno que estão habituados, o som é bastante primitivo, mas potente, algo que a produção veio ajudar.
De referir a título de curiosidade, que coube mais uma vez ao guitarrista Luisma, a concepção da capa do álbum.
Nota: 8/10
Review por Hugo Branco
