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Tracedawn - "Lizard Dusk" Review

Eis uns quantos pensamentos assustadores… e se os Crematory de repente começassem a soar a Dragonforce? Ou se os Helloween passassem finalmente a fazer jus ao titulo da sua segunda maqueta? Isto é o tipo de coisas que passa pela cabeça a quem for ouvir este novo disco dos finlandeses Tracedawn, que vá se lá saber porque, pensaram que seria engraçado andar a misturar power com death metal, e com isso ter um bom resultado.

No entanto rezam as crónicas que nem sempre a banda entrou por estes desvarios. Tendo começado a praticar um death melódico na ânsia de seguirem os passos dos Soilwork ou dos seus conterrâneos Insomnium, lançaram um par de discos que pesa embora a parca aceitação, mostravam já um conjunto sólido de canções com potencial para alguns voos. Chega 2011 e a banda depara-se com a saída do vocalista Antti Lappalainen, substituído logo de seguida por Niko Kalliojärvi (Dotma, Lithuria, Paingrin), e quanto a isto não há muito a dizer pois Niko mostra-se um vocalista de death metal suficientemente capaz de substituir o anterior, o problema é quando o outro guitarrista, Tuomas Yli-Jaskari decide entrar em cena com a sua alegre e empolgada voz, criando um contraste que se funcionar uma vez já é muito. Mas se as coisas vocalmente já deixam um pouco a desejar, o que dizer dos teclados que assaltam a maioria das músicas com divagações neoclássicas progressivas, ou sons que parecem ter sido tirados da Nintendo Nes? Juntando a isso umas quantas batidas programadas como em Nothing and Nowhere que dificilmente justificam a sua existência, e perguntamo-nos que raio é que estes tipos andaram a fumar? A sério, até o próprio título do disco cai mais no nonsense do que numa qualquer simbologia inerente. Felizmente que a totalidade do disco nem chega aos 40 minutos, como tal nem é preciso suspirar muito para chegar a ultima faixa. Pelo meio lá dá para desfrutar um pouco com You’re Fired, um bom tema que aparece como um oásis num deserto.

Enfim, certamente que esta crítica não é nenhum manifesto anti experimentalismo, mas sim apenas uma opinião de algo que correu mal. A banda tem talento, e não vai ser este disco que irá provar o contrário, apenas falta de imaginação.

Nota: 5/10

Review por António Antunes