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Dragonforce - "The Power Within" Review

O sexteto multinacional sediado na Inglaterra voltou à carga com o seu quinto álbum, quatro anos após "Ultra Beatdown", o que significa o maior hiato entre dois lançamentos, por parte dos Dragonforce. Além deste tempo todo de espera, os apreciadores da sonoridade da banda podem ter ficado apreensivos com a mudança de vocalista. O frontman de sempre ZP Theart, saiu em 2010 tendo sido anunciado em 2011 a entrada de Marc Hudson, escolhido entre milhares de candidatos.

Começando por aí... os fãs nunca terão de se preocupar, o timbre de Marc Hudson é diferente (faz lembrar um pouco Michael Kiske) do de ZP Theart, são vocalistas diferentes. Talvez a de ZP Theart seja mais característica, mas a de Marc Hudson é mais forte e digamos, menos enjoativa. A performance de Marc Hudson no álbum foi muito competente e não será por aí que os Dragonforce terão problemas futuramente.

Os três primeiros temas do álbum estão entre o melhor que os Dragonforce já fizeram e uma boa representação dos restantes. Enquanto a primeira e segunda faixas são Dragonforce típico, mostram o power metal tocado a uma velocidade estonteante ("Fallen World" é, segundo a banda, a música mais rápida que já fizeram), a terceira intitulada "Cry Thunder", é uma excelente música tocada mais a meio tempo, não sendo por acaso que foi escolhida para videoclip de apresentação. Incrivelmente catchy, esta música mais lenta do que o habitual, flui bastante bem e deixa ouvir melhor os seus riffs, melodias e solos, do que nos temas super rápidos habituais. Isto mostra que os Dragonforce também conseguem fazer bons temas sem ser a alta velocidade, talvez a banda não tenha arriscado mais neste tipo de diversificação mais cedo na sua carreira, porque é pela grande rapidez dos seus temas (além do guitar hero) que ficaram conhecidos. "Seasons" também é um tema mid-tempo e depois há outras faixas com secções menos rápidas do que o habitual, mas de resto a característica velocidade mantém-se na música dos Dragonforce. Além dos temas iniciais destaca-se a alegre "Die by the Sword" (não, não é uma versão do clássico dos Slayer), num álbum todo ele de audição agradável e sem fillers a registar.

Algo que salta à vista, ou melhor, à audição, é o facto dos temas serem mais curtos do que o habitual nos Dragonforce, estando entre os quatro e os cinco minutos, o que não dá tanto azo aos festivais de solos e repetições de refrões habituais, o que não é necessariamente mau, significa somente que os Dragonforce actuais estão um pouco mais interessados em ir directo ao ponto e por consequência, fartam-nos menos.

"The Power Within", é de facto um forte regresso dos Dragonforce e, não mostrando inovações de maior na sua sonoridade (mas também quem é que inova actualmente no power metal?), tem nas diferenças faladas atrás uma maneira de manter as coisas interessantes, mas não se assustem os fãs, a velocidade está lá e o virtuosismo da dupla Herman Li e Sam Totman, continua intacto. A banda pode não ter a classe de por exemplo, uns Blind Guardian ou Rhapsody of Fire, mas continua muito à frente da grande maioria da concorrência, no que ao power metal diz respeito.


Nota: 8/10

Review por Mário Rodrigues