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Santus Nosferatu - "Samca" Review

Muitas bocas dizem que a inovação é o único critério de qualidade nas bandas modernas. Pessoalmente, é uma frase da qual discordo, mas que é por o disco em questão ser algo que pode agradar a essas mesmas bocas, que me lembrei de tal exemplo.

Os Sanctus Nosferatu são uma banda formada em 2002 nos Açores, e lançam neste ano de 2012 o seu álbum de estreia, intitulado de “Samca”.

O seu carácter inovador e unusual é talvez a imagem de marca do colectivo, misturando uma qualidade mais que visível e que resulta desde já numa estreia (muito) prometedora.

Mas explicar isto como? Os Sanctus Nosferatu misturam várias texturas sonoras, passando por andamentos Thrashys, a momentos crus e violentos a lembrar o Death Metal, com a versatilidade vocal da sua vocalista, Camila Morticia, que prova a sua habilidade com uma bela e sublime melodia vocal, como um gutural demoníaco, a equilibrar ‘o paraíso com o inferno’.

A estes elementos, é difícil encaixar o som da banda em algum género, mas se formos a ouvir bem, reparamos no Black Metal melódico como sonoridade-padrão, com umas influências muito à-lá Rotting Christ em muitos momentos.

Quando se vai a ouvir a produção super apurada, com uma influência dos Iron Maiden visível desde a abertura “Astarteia”, nota-se que a coisa começa a ficar menos normal, sem estar a entrar na típica e (infelizmente) normal mixórdia de elementos em que muitas bandas caem em vez de mergulharem. Esta devoção que a banda tem ao célebre colectivo britânico, nota-se momentos como alguns leads super-galopantes e orelhudos, e com o baixo de Nuno Terceirence a soar com a espessura e saliência, típica de Steve Harris. Basta ouvir-se “Cannibalize Corpse” e “Darvulia’s Apprentice”.

Cada faixa tem um cunho especial. Nuns casos mais salientes, noutros casos nem tanto… mas há sempre algo a distinguir em cada música presente em “Samca”.

É um registo de qualidade, com selo nacional, que revela uma banda com muito potencial, e acima disso, nota-se que é isto que estes músicos gostam de fazer. Fazem-no bem, com corpo e alma. Que mais é preciso para este colectivo emergir? Apoio! E é disto que eles precisam! Mais um candidato a álbum nacional do ano!


Nota: 8.2/10

Review por Diogo Marques