Após o grande álbum que foi "Mechanize", repleto de excelentes temas, as expectativas para o seu sucessor não podiam estar mais elevadas. O disco de 2010 é de facto um dos melhores da carreira do grupo norte-americano e fica bem na prateleira ao lado de álbuns como "Demanufacture", ou "Obsolete", os álbuns mais marcantes dos Fear Factory.Ao ouvir o novo álbum pela primeira vez a sensação é de desilusão e passadas algumas audições percebe-se que apesar de ser um bom disco, não chega perto da qualidade do seu antecessor. A faixa título, "Recharger" e "New Messiah" até são temas fortes e abrem o álbum em bom plano, mas não são suficientemente memoráveis quando comparados com os clássicos da banda e este é o preço a pagar por quem já fez álbuns marcantes, como é o caso dos Fear Factory. A quarta música "God Eater" é algo morna e o resto do álbum ouve-se bem mas são temas sem grande brilho, a não ser "Difference Engine", que é a faixa mais curta e das mais poderosas do disco. O álbum vale mesmo pelas três primeiras músicas e esta última a ser referida, o resto é um pouco mais do mesmo, mas algo fraco para os padrões dos Fear Factory.
Em termos de sonoridade não há aqui grandes alterações em relação a "Mechanize", a não ser estar um pouco mais industrial. O novo álbum parece uma continuação do anterior mas o problema é que os melhores temas de "The Industrialist", se fossem colocados no álbum de há dois anos seriam considerados os menos bons e as mais fracas do novo álbum seriam fillers no outro. Houve aqui talvez alguma pressa na concepção do novo registo para a banda voltar à estrada e o resultado foi um álbum sem novas ideias, numa banda que apesar de ter um som única e bem vincado, nunca anteriormente repetiu álbuns, o que aconteceu agora. Só que mesmo tendo igualado em termos de sonoridade "Mechanize", o resultado final foi claramente inferior.
Não é um desastre como "Transgression", ou mediano como "Digimortal", é apenas um bom álbum com o som de marca dos Fear Factory e momentos passíveis de agradar aos seus fãs, mas que fica longe de ser um dos discos obrigatórios de uma banda que nos anos 90, ajudou a definir o que se entende hoje por metal moderno.
Nota: 7.7/10
Review por Mário Rodrigues
