About Me

Naglfar - "Téras" Review

E após 5 anos de silêncio, os suecos Naglfar regressam com uma bomba! "Téras" está aí à porta e recomenda-se. Conhecidos pela sua mistura ecléctica de Black Metal melódico, Death e Thrash, a banda de Umeå traz-nos um álbum menos cáustico que os anteriores "Harvest" e "Pariah", mas incomparavelmente mais trabalhado e sólido.

A faixa homónima "Téras", de cariz épico dá-nos as boas-vindas com uma atmosférica épica e, digamos, glacial, marcada por uma cadência lenta e esmagadora, pelo coro feminino e pelo uso pontual de sintetizadores, até que Kristoffer "Wrath" Olivius aparece a colocar a cereja em cima do bolo com os seus sobejamente conhecidos dotes vocais, tornando uma boa introdução melhor ainda. Já com água na boca, a segunda faixa "Pale Horse" entra de rompante com uma ferocidade muito old school (tirando o lo-fi) que nos apanha de surpresa. Frenética, com blastbeats a voar por todo o lado e com Wrath muito activo - e em muito bom plano, diga-se - "Pale Horse" vai evoluindo à medida que o tempo passa, acabando por incorporar sonoridades mais modernas de uma forma bastante natural; os riffs mais "thrashy" (num ambiente sinistro de Black Metal e com uma pitada de grandeza épica) dão lugar a algo mais trabalhado e complexo . A faixa seguinte, "III: Death Dimension Phantasma", continua onde a anterior terminou (apesar de um pouco mais melódica e ligeira), sendo que esta toada abranda com a entrada em cena de "The Monolith". Lenta e avassaladora, sinistra e misteriosa, esta faixa é nada mais nada menos que um hino a Cthulhu que, apesar de muito bom, peca por quebrar o ritmo do álbum. Felizmente, este é rapidamente reposto em "An Extension of His Arm and Will" e propaga-se até ao final do álbum, que termina com a absolutamente fenomenal "The Dying Flame of Existence". Pelo meio, há ainda tempo para piscar o olho aos álbuns anteriores dos próprios Naglfar e, quiçá, aos lendários Dissection numa recta final muito boa.

"Téras" é, portanto, um óptimo álbum: é coerente, complexo, diversificado e catchy ao mesmo tempo. Não tem, no entanto, o "poder de choque" dos álbuns anterior e essa falha pode acabar por ser uma pedra no sapato de muita boa gente à espera dos Naglfar de antigamente.


Nota: 8.5/10

Review por João Pereira