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Luca Turilli’s Rhapsody - "Ascending to Infinity" Review

Um ano após a separação dos Rhapsody of Fire, banda que formou juntamente com Alex Starpoli em meados dos anos 90, Luca Turilli volta à carga com um novo projecto “brilhantemente” intitulado de Luca Turilli’s Rhapsody, um nome bem pomposo capaz de satisfazer o gigante ego do italiano. Para o ajudar nesta nova, e épica viagem, conta com Patrice Guers e Dominique Leurquin, ambos ex-elementos dos Rhapsody of Fire na guitarra ritmo e baixo respectivamente, Alex Landenburg ex At Vance, Annihilitor entre outros, e o vocalista Alessandro Cont, com o próprio Luca na guitarra solo e teclas como seria de esperar.

Analisando esta proposta a primeira conclusão que se tira é que este novo projecto de Luca é mais do mesmo. O próprio vocalista anda ali a meio caminho entre Olaf Hayer e Fabio Leone, sem conseguir ter a força do primeiro ou o carisma do segundo, o que faz dele pouco mais que um vocalista competente, com grande tendência para o exagero. Com mais ou menos batidas electrónicas, Ascending to Infinity mostra-nos tudo aquilo que fez dos Rhapsody of Fire grandes, ou seja base de power metal, com apoteóticos coros, passagens sinfónicas barrocas, e dramatismos exacerbados. O que leva a reflectir um pouco na personalidade de Luca Turilli como uma enorme contradição. Por um lado, temos o compositor, capaz dos melhores e mais geniais momentos, como provavelmente nenhum outro o consegue neste subgénero, por outro temos a capacidade criativa equivalente a um miúdo de 12 anos, começando pelo nome da banda, passando pelas letras do mais naif possível, e o constante medo em sair da zona de conforto, o que é pena, pois quando o faz, como é o caso de Luna, resulta no melhor tema do disco, uma arrepiante meia balada, com uma serena voz feminina a cantar os versos. Vale a pena referir que a única vez que o músico tentou algo de diferente na sua totalidade, a coisa ate se revelou bem interessante em 2006 com Infinite Wonders of Creation, um disco de rock orquestral.

E com isto torna-se irrelevante estar a descrever o que acontece nas restantes faixas, afinal de contas Ascending to Infinity bem que se poderia chamar From Chaos To Eternity parte 2, que tirando a voz e o conteúdo lírico ninguém iria notar as diferenças. Apenas fica a promessa de que o material contido aqui é bom, e aparentemente o compositor contínua vivo e de boa saúde, portanto os fãs mais acérrimos não terão qualquer motivo para temer o pior. No entanto, fica uma questão em aberto, sabemos que Luca Turilli saiu dos ROF por divergências musicais com o seu parceiro de composição Alex Starpoli, e Ascending to Infinity à partida diz-nos que foi Luca quem optou por seguir o caminho mais tradicional, portanto fica pergunta, que raio estarão a preparar os Rhapsody Of Fire? Veremos…


Nota: 7.7/10

Review por António Salazar Antunes