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Entrevista aos Enchantya

Em 2005, a banda nacional de metal gótico/progressivo Enchantya lançou o EP “ Moonlighting the Dreamer. É o marcar de um outro projeto musical para a vocalista Rute Fevereiro, além do seu papel na banda Black Widows. Um mês antes do lançamento de um novo trabalho, previsto para o dia 28 de Setembro, intitulado “Dark Rising“, a Metal Imperium esteve à conversa com a vocalista e a mesma pode ser lida abaixo.

M.I. – Antes de mais nada, parabéns por terem assinado contrato com a editora Massacre Records. Estão expectantes relativamente a este feito? Sentem que pode ser um ponto de viragem na vossa carreira musical?


Sem dúvida que isto já foi um ponto de viragem para a nossa banda, ficámos muito surpresos pois apenas tentámos 13 editoras e recebemos logo esta resposta positiva. Recebemos de outras duas também, mas esta foi sem dúvida a mais aliciante. Estamos expectantes de que a Massacre Records sendo a editora prestigiada que é, possa lançar e promover bastante o nosso álbum e banda a nível mundial. Poderá ser uma viragem na nossa carreira musical se também nós como banda soubermos gerir bem esta oportunidade.

M.I. – No dia 28 de Setembro será lançado o vosso 1º álbum. Que pretendem dar a conhecer com este trabalho prestes a vir ao de cima?

O som que caracteriza os Enchantya proporciona, quanto a mim, sentimentos extremos, pois a nossa própria sonoridade é dual, vamos desde a música mais melódica aos ritmos mais agressivos e progressivos, há um pouco de uma “loucura enraivecida agridoce” naquilo que fazemos.


M.I. – O que é que o vosso mais recente trabalho trará de diferente para o panorama nacional quando comparado com o Ep de 2006?

Há uma evolução relativamente aos temas gravados neste EP, a própria formação da banda mudou quase toda, e por isso os temas que vieram depois deste EP refletiram uma nova criatividade da banda. Mantivemos as vocalizações femininas operáticas e os guturais só como minha função na banda, mas aprimorámos o conteúdo musical. A entrada de um baterista, João Paulo Monteiro, com formação clássica, professor de percussão, mas grande adepto do som mais progressivo aliou-se aos gostos do nosso teclista de então, Luis “Vlad” Fernandes, o que deu um carácter mais complexo na secção rítmica e na progressão das melodias e acordes, o guitarrista, Nuno Seven, adepto de solos foi uma mais-valia numa altura em que muitas bandas não apostam nessa faceta mais dos anos 90, eu e o MP (baixista) fervorosos adeptos do death também demos esse input nos temas. Penso que o álbum “Dark Rising” é bem mais complexo e completo do que o EP “Moonlighting the Dreamer”, que sendo edição limitada já se esgotou.

M.I. – Algum tema ou temas em particular em ambos os vossos trabalhos que vos tenham marcado mais pela temática em si?

Nós todos temos um grande gosto pelo tema “Dark Rising” que dá título ao nosso álbum. Para mim, pessoalmente é um tema especial que dediquei à minha Mãe Eneida Fevereiro pelo facto de termos de saber encarar a morte de quem amamos como uma gratidão do que se viveu e não como uma vitimização de quem faz o luto. Mas para nós como banda o som e a letra deste tema representam a força de nos erguemos das piores situações de vida e fazer prevalecer a esperança, a determinação e a crença nos nossos sonhos. Este álbum simboliza isso tudo assim como este tema que é fortíssimo.

M.I. – O metal gótico nacional tem-se expandido cada vez mais. Temos o caso de bandas como Moonspell, Heavenwood e Ava Inferi, por exemplo. O vosso estilo também passa por aí. Que esperam, então, que Enchantya represente para a música nacional com a vossa identidade musical?

Todas as bandas que referiste têm a sua identidade própria e são únicas pelo que fazem quer pelo som, imagem e pessoas que as compõem. Na realidade, esperamos também sermos reconhecidos pelo nosso som, que alguém oiça um tema nosso e saiba reconhecer que é um tema de Enchantya e que obviamente aprecie a sonoridade da banda. Eu penso que as bandas que mencionaste vingaram no meio nacional e internacional por serem fiéis a si próprios e por fazerem na sala de ensaios aquilo que amam e acreditam. É isso que também vejo em Enchantya quando ensaiamos, quando tocamos ao vivo: o gosto e ao entusiasmo de tocarmos algo que nos veio da alma e que nos dá grande “pica” tocar e cantar. Esperamos que o público sinta essa mesma energia quando ouvir os nossos temas ou for aos nossos concertos.


M.I. – Rute, depois de Black Widows, continuaste o teu percurso musical mas num novo projeto que é o que tens atualmente. Sentes que é com Enchantya que encontraste a tua essência musical?

Enchantya e Black Widows são bandas completamente diferentes e que me transmitem sensações diferentes. Em Enchantya achei a liberdade absoluta de me poder dedicar só à voz, sem a responsabilidade da guitarra nas mãos. Foi bom porque pude evoluir como cantora e explorar muito do meu potencial vocal. Pude desenvolver a minha presença em palco e sentir-me livre, representar os temas que canto. Black Widows para mim é (digo é, porque a banda está temporariamente parada) algo desafiante, porque eu adoro compor em guitarra, adoro o desafio de fazer ritmos e solar e cantar, é um desafio constante, é extenuante mas dá adrenalina. Para mim a minha essência musical está em tudo o que faço na música, quer seja nas minhas bandas, no meu input na banda de covers “Everdream” em que estou agora a dar um cunho mais pessoal a temas, quer seja a participar como vocalista ou musica convidada ou mesmo no carro a cantar o que oiço na rádio.

M.I. – Para que banda ou bandas gostavam um dia de poder abrir um concerto?

Tantas! A título de exemplo: Arch Enemy, Within Temptation, Nightwish, Epica, Dream Theater, Kamelot, Draconian, Cynic. Imensas…

M.I. – Querem deixar alguma mensagem em particular para os vossos fãs e para os leitores da Metal Imperium relativamente ao que estes podem esperar com o vosso novo trabalho que sairá já no próximo mês?

Esperamos que gostem do “Dark Rising” tanto como nós. É um álbum que tem muita emoção. Podem acompanhar a banda no nosso site oficial: www.enchantya.com ou facebook: www.facebook.com/enchantya Esperamos igualmente contar com a vossa presença nos nossos concertos e com o vosso apoio para Enchantya e para todo o metal nacional!

Entrevista por Daniela Abreu Freitas