About Me

Entrevista aos Terror Empire


No dia 15 de Junho, uma das mais recentes bandas nacionais de thrash, Terror Empire, lançou o seu primeiro trabalho: Face Of Terror é como se intitula o mesmo. Para quem ainda não sabe do que esta banda é capaz, fica aqui uma oportunidade de conhecer a mesma. A Metal Imperium esteve, então, à conversa com esta banda promissora, tendo sido desvendadas algumas curiosidades relativamente a Face Of Terror.


M.I.  - Antes de mais nada parabéns pelo vosso primeiro álbum que acredito ser um marco especial em qualquer banda, precisamente por ser o primeiro trabalho e aquele que fará com que um dado público os conheça enquanto músicos. Até agora, que têm sentido por parte do público face ao vosso primeiro trabalho?

Muito obrigado, e obrigado ainda pela oportunidade para divulgarmos o nosso projeto. O feedback tem sido demolidoramente positivo, não apenas em relação ao álbum, mas também em relação às atuações ao vivo. É muito bom sentir esse calor, essa recompensa. Poderíamos dizer que fizemos o álbum para nós próprios, em primeiro lugar, mas seria quase desrespeitoso afirmar que as opiniões do público não importam. Importam, e muito - pode-se dizer até que podem chegar ao ponto de validar aquilo que sentimos em relação ao que fizemos. Mas, pronto, eu também não creio que haja alguém que tenha a lata de se chegar ao pé de nós para nos dizer “hey, malta, o vosso álbum é uma porcaria!”, pelo que podemos estar a viver uma ilusão... haha.


M.I. – E relativamente aos concertos que têm dado, sentem que o público já vibra convosco em palco? 

Há público que não nos conhece e fica surpreendido com a intensidade e com o empenho que colocamos em cada atuação. Mas há quem já nos conheça e dá para reparar que “curtem milhões”, como se costuma dizer. Há ainda aquelas pessoas para quem nós e a nossa sonoridade não lhes dizem nada; é perfeitamente normal. Há muitos sub-géneros de metal, e é natural que nem toda a gente goste de thrash metal. Há espaço para todos!


M.I. – “ Face the Terror “ é o título do vosso trabalho. Porquê a escolha deste nome para um primeiro álbum? Há uma ligação com o próprio nome da banda, “ Terror Empire “?

Há, pois. Apesar de curto, o álbum encerra um conceito que está intimamente relacionado com o nome da banda. O nome do álbum remete para que se “encare o terror”, o que pode ser ambíguo, por se relacionar com o nome da banda, ou com outro tipo de terror. Mas é este outro tipo de terror que está na génese do nome da banda, pelo que há aqui uma sinergia conceptual que acaba por fazer sentido... e ainda bem! Hehe. Muitos de nós lembram-se do que foi viver antes do famigerado 11 de setembro, e desde então tem-se assistido a uma histeria e paranóia coletivas alimentadas por uma nação que ambiciona ser “polícia do mundo”. Posso apenas dizer que tem um sistema de propaganda fantástico, pois apenas tem sido contestada pelos países mais a Leste. Não tenho nada contra os americanos, são um povo extraordinário e têm deixado uma marca positiva no mundo realmente fantástica. Mas também existe o outro lado da moeda, e é algo realmente nojento. Uma vez que não somos uma banda de hippies, optámos por falar dos aspetos negativos da sociedade Ocidental. Adequa-se melhor ao thrash!


M.I. – Algum tema ou temas em particular que sintam que vos foi mais difícil concretizar em termos de letra, de composição etc?

Nós começámos a compor mal iniciámos a banda; nunca fomos de tocar material dos outros. Assim, tivemos muito tempo para compor e deixar que as músicas ganhassem uma maturidade própria, ao longo de meses e meses de ensaios. As músicas mais difíceis de “sacar” talvez sejam aquelas que acabaram por ficar de fora do nosso repertório, mesmo. Quando sentimos que o clique não se está a sentir, seguimos em frente. Felizmente, há riffalhada para dar e vender! Tudo o que está neste álbum surgiu naturalmente, quase que se escreveu sozinho. Talvez tenha facilitado ao processo o fato da banda ser composta por fãs de metal, em geral, e do thrash, em particular. 


M.I. – O thrash, enquanto género, está a expandir-se cada vez mais em terras lusitanas. De que modo querem os Terror Empire deixar a sua marca no mundo musical que os distinga das demais bandas, não só nacionais?

Hoje em dia, com a internet, já não há barreiras para o som. Existem, sim, barreiras financeiras para ir tocar aqui ou ali. Mas, respondendo de forma mais direta à tua questão, penso que o thrash sempre esteve no sangue dos latinos desde que surgiu, já que é uma sonoridade de acordo com o seu feitio: temperamental e “sem merdas”. Nós gostaríamos de deixar a nossa marca no metal português, mas acima de tudo lançar bons álbuns de metal ao longo da existência. Não temos a pretensão de reinventar a roda, e temos plena consciência de que, mais do que o sub-género “thrash”, o próprio género “metal” está saturadíssimo de bandas e mais bandas a tentar vingar no meio. Não é fácil. Tem é de ser honesto e divertido!


M.I. – Antes de formarem os Terror Empire, três membros de vocês já tinham estado num projeto anterior, os Against. E normalmente quando se teve um projeto diferente antes de se avançar com um outro, há certas coisas que já foram interiorizadas, como trabalhar em equipa e até mesmo quando se trata de compor. Sentem que por já terem tido essa experiência musical, esta vos deu uma maior preparação para seguirem um novo caminho?

Sim; aliás, foi por já termos trabalhado juntos que decidimos continuar a fazê-lo. Já conhecemos as qualidades e manhas uns dos outros. O método de composição continuo o mesmo, também. E, para que fique registado, os outros dois elementos também tinham estado numa outra banda, juntos. Timing is everything!


M.I. – Qual seria o vosso maior sonho que gostariam de ver concretizado a nível musical?

Pessoalmente, gostaria de abrir para bandas em que tocam os meus ídolos musicais, conseguir ter um percurso reconhecidamente consistente em termos de lançamentos e espetáculos e chegar a tocar num grande festival, em Portugal ou lá fora. Não me importava de conhecer o Mundo “à pala” da banda. Tudo isto enquanto faço amigos por toda a parte e me divirto à brava. Penso que o resto da banda pensa de igual forma. Posso acordar, agora?


M.I. – Alguma mensagem que gostariam de deixar para aqueles que ainda não conhecem o vosso trabalho de forma a aguçar a curiosidade destes?

Há thrash e thrash! Tentem dar uma espreitadela no nosso site (www.terrorempire.net) e vejam se gostam do nosso! É honesto e com muito power... Vejam a nossa agenda de concertos e apareçam na próxima thrashalhada perto de vocês! Um forte abraço, Thrash Lives!

Entrevista por Daniela Abreu Freitas