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DarkTribe - "Mysticeti Victoria" Review

 
A França é cada vez mais uma fonte de novas bandas de metal e os Darktribe chegam aos álbuns de originais com "Mysticeti Victoria" depois do EP "Natural Defender" de 2009. A vantagem de lançar um primeiro álbum, é que se dá sempre o desconto, afinal, é o primeiro álbum. Existe todo um processo de evolução que tem início nesse ponto - embora muitas das bandas que consideramos clássicas, tenham grandes álbuns de estreia, outras nem por isso. A desvantagem é que hoje não há a paciência que havia antes. Havia mais tempo, as coisas eram apreciadas de forma diferente, e claro, não existiam as quantidades de lançamentos que temos hoje em dia.

"Mysticeti Victoria" é uma boa estreia apesar de se movimentar no por vezes lamacento campo do power metal sinfónico. É certo que hoje em dia já não existe a saturação que existiu uns poucos anos atrás, mas de qualquer forma este álbum sustenta-se por mérito próprio e não pela conjuntura actual. Para já, quando se fala em Power Metal Sinfónico, pensa-se logo em Rhapsody (Of Fire ou os do Luca Turilli) e fica-se com algum receio porque se a fórmula já está gasta para os próprios Rhapsody, imaginem para as cópias. No entanto, a parte sinfónica aqui limita-se a alguns arranjos e à presença de teclados que acabam por não encher muito a mistura final. Depois, alguns dos clichês do power metal/heavy metal também são evitados, tais como o vocalista a tentar alcançar notas na estratosfera - notas essas que normalmente não tem capacidade vocal para o fazer. Anthony Agnello, tem uma boa voz, algo comum mas que não irrita - pode parecer ridículo mas foi ao extremo a que se chegou hoje em dia, o síndrome do "até tocam bem mas o vocalista estraga tudo."

O mais importante é mesmo a música ou melhor, as canções, coisa que por vezes se esquece, e aqui temos verdadeiras canções onde o solo ocasionalmente se realça como a "Roma XXI", "Beware The God" (e que riff zangado esta música tem, meu Zeus) e a que encerra o álbum, a épica "Life, Love & Death". Também temos malhas verdadeiramente marcantes como a "Black Meteor" com uma secção de refrão muito boa, que se fixa na meória e se sente bem cá dentro e a "Lost" com ritmo e leads que dão gosto ouvir vezes sem conta.

Por outro lado, depois temos alguns tiros ao lado como a "Lightning Guide" a típica balada xaropeira que tem um certo travo a azeite, a "Poison Of Life" que apesar de umas secções intermédias e interessantes, um solo muito bom, tem um refrão secante ao bom estilo de deserto de Sahara e a "Eyes Have You" segue pelo mesmo caminho, embora esta tenha um solo realmente fantástico.

O resultado final é equilibrado. Alguns pontos negativos outros positivos, mas os negativos não prejudica quem é fã do estilo, porque vão absorver "Mysticeti Victoria", porque o saldo global é sem dúvida positivo, em termos de composição, interpretação e produção - a cargo de Mikko Karmila na mistura e Mika Jussila na masterização, nos míticos Finnvox. Uma boa estreia e uma boa aposta da Massacre Records que pelo o que mostram aqui, têm capacidade para voar mais alto.

Nota: 7/10
 
Review por Fernando Ferreira