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Beyond Terror Beyond Grace - "Nadir" Review


Embora tenham começado a trilhar a sua carreira pelos tortuosos caminhos do death metal e grind, a entidade de nome Beyond Terror Beyond Grace, tem vindo numa evolução bem interessante, entrando agora por trilhos mais diversos, mas nem por isso menos tenebrosos ou de audição fácil.

É notório que a intenção destes australianos é o de criar uma atmosfera o mais sombria e abrasiva possível, onde os sentimentos de medo e desolação são quase palpáveis. Para tal não se coíbem de utilizar a distorção das guitarras quase ao máximo, com ajuda de uns quantos riffs hipnóticos, baseados essencialmente na repetição. De certa forma, não será errado afirmar que os Beyond Terror Beyond Grace vão beber algumas influências ao post metal dos Neurosis, à sujidade de uns Unearthly Trance, e ao mantra fúnebre doom de Evoken. A isso, a banda junta ainda alguns resquícios das suas raízes grind, como são bem evidentes logo na primeira faixa Dusk, que após um riff em crescendo, proporciona uma descarga de bateria própria desse género.

Por sua vez o tema título acaba por ter um destaque bem importante no fluir do disco, ao proporcionar o mais próximo a que se pode chamar de um momento de acalmia, uma faixa com apenas três minutos, sem voz, e com um riff assumidamente melódico. Daí para a frente o álbum volta a reforçar o peso, mas que pouco a pouco vai entrando uma vez mais numa suavização, desta vez gradual que finaliza com o atmosférico Pathea, isto sem nunca perder o negrume e intensidade dos primeiros temas.

Para a história fica a ideia de que os Beyond Terror Beyond Grace conseguiram o mais difícil, criar uma atmosfera de tal forma adversa, que o disco acaba por ter um efeito bem incisivo no ouvinte, algo que de todo, não está ao nível de qualquer um. No entanto, ficam a faltar momentos de genialidade, ou pelo menos mais memoráveis. Mas que estão no bom caminho, isso parece inegável. 

Nota: 7.7/10

Review por António Salazar Antunes