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Pig Destroyer - "Book Burner" Review


Os Pig Destroyer são uma daquelas bandas que, a cada disco que lançam, todo um género musical é revolucionado. Isto porque a banda de Scott Hull e J.R. Hayes são a perfeita definição de destruição sónica e os discos que lançaram no passado são a prova disso mesmo. Desde o absolutamente genial “Prowler in the Yard” de 2001, por muitos considerados um dos melhores e mais influentes discos de grindcore da década passada, ao seu seguidor “Terrifyer” de 2004 que, apesar de continuar na mesma linha, não era tão intenso ao seu antecessor. O disco de 2007, “Phantom Limb” apesar de uma maior aproximação ao death metal, viu os Pig Destroyer a lançar mais um petardo imenso na música extrema. Ninguém pode ficar indiferente ao génio dos riffs de Hull e às temáticas líricas de Hayes, mas o certo é que os Pig Destroyer são, sem qualquer dúvida, uma das melhores bandas do género.

Cinco anos depois e com algumas novidades, com a entrada de Adam Jarvis (Misery Index) para o posto de baterista, os Pig Destroyer estão de volta com “Book Burner”. E que regresso! De volta estão os temas mais curtos e rápidos, uma muralha sonora arrasadora e, acima de tudo, um disco imenso e viciante.

Logo no início se notam algumas diferenças em relação ao passado. Adam Jarvis é, sem dúvida um dos melhores bateristas dentro do death/grindcore (o trabalho que faz nos Misery Index prova isso mesmo) e revela-se uma escolha mais que acertada para substituir o baterista anterior Brian Harvey, conferindo aquele toque muito pessoal à já brutal música dos Pig Detroyer. A produção é mais crua, conferindo aos temas de “Book Burner” ainda mais crueldade e rispidez. A voz de J.R. Hayes também mudou para este registo, um misto de louco e maníaco, que ajusta na perfeição neste nova colecção de 19 temas que compõem “Book Burner”.

O tema de abertura “Sis” explode nas colunas assim que o colocamos a tocar e é quase impossível não reagirmos ao espancamento violento que se segue, os entre temas rápidos e temas a meio-gás se seguem uns a seguir aos outros, num dos trinta minutos mais intensos que talvez já tenham ouvido.

Se a cadência de riffs de Scott Hull é impressionante e o trabalho de Jarvis atrás do kit de bateria é monstruoso, é a voz de Hayes que liga todo este disco. O mesmo Hayes é aqui acompanhado por alguns convidados como Jason Netherton (Misery Index) em “The Diplomat” e Richard Johnson (Agoraphobic Nosebleed) em “The Underground Man”. Mesmo assim é um disco com um som cheio, mesmo não existindo baixo e a tarefa de Blake Harrison (maquinaria) não ser aqui tão evidente como no anterior “Phantom Limb”.

“Ladies and Gentleman, I destroy homes, I tear families apart…” ouve-se em “Baltimore Strangler”. “Book Burner” é isso mesmo, destruição completa, uma máquina que nos trucida sem piedade. Não é um “Prowler in the Yard”, mas não se fica atrás.

Muito se tem falado sobre quem reina dentro do death/grindcore. Rotten Sound, Brutal Truth ou Pig Destroyer. A escolha não é fácil, pois cada uma das bandas tem as suas qualidades. No entanto, não deixa margem de dúvidas que “Book Burner” é um dos grandes álbuns de 2012. Se ainda não ouviram, do que estão à espera?

Nota: 9.1/10

Review por João Nascimento