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The Wandering Midget - "From The Meadows Of Opium Dreams" Review


Com um dos nomes mais invulgares do doom Metal, os finlandeses chegam ao segundo álbum, com a sua fórmula bastante retro e purista do género. Composto por apenas por quatro temas, "From The Meadows Of Opium Dreams" é uma viagem ao doom dos anos setenta e ao rock psicadélico do final dos anos sessenta, em menor extensão. O tema de abertura "Prince Of Fire" tem um saudável espírito de heavy/doom clássico, bem ritmado, mas é com o épico "Temples In The Sky" que as coisas começam a ficar realmente interessantes. A uma velocidade ameaçadoramente lenta, é impossível não se ficar completamente agarrado, isto para quem aprecia bom doom metal, claro. Para fazer músicas de vinte minutos, não basta simplesmente meter o metrónomo a dez batidas por minuto. É preciso tornar as coisas interessantes o suficiente para que não se caia no sono. É precisamente o que acontece aqui, um feeling bastante cool que cativará todos os apaixonados do género.

"She-Wolf" é a senhora faixa que se segue, mais um épico, desta feita de doze minutos, e é um épico zangadamente doom. Com um groove malévolo e uma dinâmica surpreendente, para o que é esperado do estilo, torna-se uma das melhores do disco. E a maneira como soa refrescante, não deixa de ser desconcertante, algo tão simples (pelo menos na fórmula) e os resultados eficazes que conseguem atingir. Doom/heavy metal clássico na sua essência. O álbum termina com mais um épico, a segunda maior faixa, "Follow The Forest Lights", de dezassete minutos. Há uma certa descrença em acreditar que consigam fazer mais uma faixa essencial mas é isso mesmo que acontece. Os primeiros oito minutos, temos mais puro doom, hipnotizante, que nos embala sem conseguir com que o sonho veja e depois surge um riff mais ritmado mas igualmente hipnótico que traz aquela dinâmica que tem acompanhado todo o álbum e que o torna mesmo irresístivel.   

Simplesmente o álbum de doom metal do ano, representando tudo o que o estilo tem de melhor, mostrando o lado mais clássico mas ao mesmo tempo, ainda sendo essencial, sendo refrescante. Simples, temas longos, mas conseguindo manter um feeling hipnótico que faz com que não se olhe para o relógio, que faz com que se viaje, para longe daqui. Nos dias de hoje, ter um disco capaz de fazer isto, é obra.
 

 Nota: 9/10

Review por Fernando Ferreira