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Züül - "To The Frontlines" Review


O heavy metal sujo dos Züül está de volta e não há grandes mudanças em relação à estreia que teve direito a reedição como dissertei umas critícas atrás. E o que é que não mudou? Os solos de bom gosto, a voz, que apesar de não ser das mais marcantes do mundo do metal, mostra-se perfeita para este tipo de som e as harmonias entre as duas guitarras, que foram os pontos de maior interesse da estreia "Out Of Time". A abertura com "Show No Mercy" consegue descansar todos os que estavam preocupados e a curta "Guillotine" prossegue o mesmo caminho.

O que é de valorizar é a forma como a banda tem um som tipicamente datado, sujo e algo baço, (características comuns a muitos dos álbuns de heavy metal underground do início dos anos oitenta) e mesmo assim soar fresco e interessante, mesmo que o que temos aqui não seja muito diferente do que já se ouviu em "Out Of Time" e o efeito surpresa possa esgotar-se rapidamente, mas há uma certa energia que se torna inexplicável quando faz com que o ouvinte continue a voltar para ouvir mais, tal como volta para ouvir algo como o primeiro álbum dos Iron Maiden - perdoe-se o exagero da comparação para quem ficar ofendido.

Apesar de não haverem realmente muitas diferenças em relação ao trabalho anterior, há aqui, no entanto, um certo querer elevar da fasquia no que à composição diz respeito. A já referida "Show No Mercy", a "Smoldering Nights", a instrumental "Of The Fallen", ou as duas faixas de sete minutos que fecham o álbum, "Bounty Land" e "Waste Of Time", são bons exemplos em como a simplicidade é um pouco reduzida sem que isso desvirtue a identidade da banda já bem vincada. Costuma-se dizer que o terceiro álbum é o que define essa mesma identidade, mas no caso dos Züül, talvez apenas eleve um pouco mais a qualidade, sem surpresas, tal como este álbum fez em relação ao anterior. Para os amantes de heavy metal clássico, é obrigatório conhecer esta banda e este álbum.


Nota: 8.2/10

Review por Fernando Ferreira