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Riti Occulti - "Riti Occulti" Review


Álbum de estreia dos italianos Riti Oculti que aposta numa espécie de mistura entre doom e black metal, embora não se tenha aqui nada daquilo que ambos os termos representam por completo. É antes de mais, um som experimental que se pode tornar difícil de absorver para o comum dos mortais amantes de qualquer um dos géneros atrás indicados. Para começar, não existe guitarras, apenas um baixo poderoso e distorcido, cheio de groove maléfico mas que não tem o poder necessário para destruir o quer que seja. Depois temos os teclados que acabam por irritar ligeiramente e duas vocalistas, uma para as vozes mais rasgadas e outra para as vozes limpas.

Sendo uma banda italiana, sendo um género apostado em focar o ocultismo, é inevitável que se pense nos Opera IX e/ou nos Cadaveria (projecto da ex-vocalista dos Opera IX, com o mesmo nome), no entanto, além dos factos enunciados e do alto teor ocultista nestas sete faixas, não existe mais ligação nenhuma - a não ser talvez ao nível dos arranjos de teclados - já que a base musical aqui é bem menos incomum, mais próxima de experimentalismos drone, ritmos doom, psicadelismo próprio da década de setenta e melodias macabras, do que a (alguma) convencionalidade que uma proposta com base tipicamente metal apresenta.

Acaba por ser esse encanto. As vozes limpas de "I Am Nobody" tornam-na inesquecível e intensa no ambiente que criam, o início com o baixo em "Desert Of Soul" é de o início de algo que vai crescendo ainda mais de intensidade conforme as sonoridades do médio-oriente se instalam e se tornam hipnóticas, tornando esta uma das faixas mais impressionantes do álbum, graças também à voz limpa de Elisabetta. Para quem tem a mente aberta, este é um álbum obrigatório ouvir, mais que não seja para se sentirem desafiados. Não é perfeito, não é uma obra prima, mas é peculiar o suficiente para justificar muitas audições e para esperar pelo próximo passo.

 
Nota: 7/10

Review por Fernando Ferreira