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Holy Grail - "Ride The Void" Review


Os norte-americanos Holy Grail regressam para o seu segundo álbum, o primeiro para a toda poderosa Nuclear Blast. Descritos pela editora no press release como uma mistura de heavy metal tradicional com toques modernos, com a intro "Archeus", fica-se com a ideia de que este "Ride The Void" pende mais para o power metal do que propriamente para o heavy metal tradicional. "Bestial Trimphans" não desmente este pressentimento, mas também não vai pelo caminho do power metal defunto que ainda aparece por aí em  editoras, por vezes insuspeitas.

Então o que temos aqui é um pouco mais próximo do power metal americano, ou seja, aquele que tinha muitas vezes o pé no heavy metal e outro no thrash - "The Great Artifice" diz isto mesmo mas em forma de música. É o que temos aqui, sem dúvida, sendo que a voz é o grande ponto de ligação ao heavy metal clássico, embora também se tenha direito a vocalizações guturais, na faixa "Crosswinds". Outro ponto que se sobressai é mesmo a parte técnica, atingindo um nível pouco comum para o género, com grandes solos e licks/leads - a faixa título e a "Too Decayed To Wait" são excelentes exemplos. Também quando se fala em técnica, também não se pode esquecer o trabalho de bateria, acima da média. Apenas o baixo permanece mais discreto, mas sempre seguro, sem comprometer. Tudo isto não seria possível se a produção não fosse forte e ela está, a fazer lembrar um pouco o tipo de produção moderna que se poderia ouvir num álbum de metalcore, com a diferença que aqui as coisas soam bem mais orgânicas.


Com uma colecção de músicas igualmente boas, pouco falta a este álbum para ser perfeito, tirando uma faixa ou outra menos conseguida - e quando falo menos conseguida refiro-me a todas aquelas que são uns furos abaixo do muito bom e uns acima do bom ("Rains Of Sorrow" por exemplo). É um grande álbum de metal tradicional indicado para aqueles que não sabem o que isso significa. Não vão a ficar a saber o que é, no sentido clássico do termo (porque para isso terão que ouvir mesmo todos os clássicos) mas ficam lá bastante perto. Grande álbum. 

Nota: 8.8/10

Review por Fernando Ferreira