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Aeternus - "...And The Seventh His Soul Detesteth" Review


Sete anos depois, os Aeternus regressam com um álbum de originais. Embora tenham perdido um pouco o élan enquanto foram mudando das raízes black metal para as do death metal, o nível de qualidade nunca oscilou muito, sejamos sinceros. E de certa forma, ele também não sofre grandes alterações também, apesar da orientação claramente death metal e das mudanças de formação - mantém-se Ares, que acumulou o baixo à voz e às guitarras e entrou o baterista Phobos (também dos Gravdal e Malsain) e o guitarrista Specter, (que também está nos Tortorum, cujo álbum de estreia foi aqui revisto no ano passado).

Apesar dessa orientação - os riffs do épico de abertura "There Will Be Done" ou os do tema título, não enganam ninguém, puro death metal - os Aeternus ainda mantém algumas das suas características, nomeadamente o uso das partes acústicas que dão sempre aquele toque personalizado a qualquer tema que venha no agora trio de Bergen. Exemplos desses factores é a parte intermédia da "Spurcitias", o interlúdio acústico intitulado "Hubris" ou a parte acústica da "Saligia". De salientar também os solos de bom gosto que vão aparecendo aqui e ali - como na "The Confusion Of Tongues", cheio de feeling.

A grande diferença que se pode verificar é engraçada porque apesar de ter, na forma, elementos completamente death metal - o riff inicial da "Ruin And Resurrect" parece que saiu da cabeça de Erik Rutan, por exemplo, sem o exacerbado fôlego técnico do músico norte-americano - e mesmo assim uma direcção que parece voltar aos tempos mais obscuros do passado, do que propriamente continua a aprofundar o caminho puramente death metal. Deixaram espaço para que aquele ambiente meio macabro, meio ocultista pudesse respirar. O que poderá surpreender todos aqueles que davam a banda como perdida e descaracterizada, sem aquilo que os fez destacar no início de carreira. Um álbum que vale a pena conhecer, pelos velhos fãs da banda, pelos novos e por todos aqueles que gostam de metal enegrecido e bruto. A edição limitada traz o clássico EP "Dark Sorcery" como bónus.
 
Nota: 8.2/10

Review por Fernando Ferreira