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Amon Ra - "In The Company Of The Gods" Review


Ao ouvir a intro, ironicamente (ou não) entitulada "Intro Into Infinity", um arrepio percorre a espinha em forma de aviso. Este aviso chama-se queijo à vista -  ou em inglês, cheesy. Assim que "Graveyard Of The Dragon" surge, aparece também a confirmação, o queijo é real. Dos Estados unidos, surgem estes Amon Ra, com o seu álbum de estreia e único até ao momento. Limitado a 1000 cópias, foi relançado em 2010 pela Steel Legacy Records e reeditado novamente no início deste ano, em vinil, limitado a 333 unidades, pela Pure Underground Records.

Não querendo ser demasiado severo, mas o que temos aqui é simplesmente aquilo que uma banda portuguesa faria melhor dez anos atrás. Numa demo-tape. Dizer que o som é sofrível é pouco - sofrendo daquele mal que apenas os instrumentos acústicos soam bem, e que quando a distorção é actividada, é nítido que algo correu mal, bastante mal. Ok, é de 1992. Tudo bem. No entanto, haveria necessidade de ressuscitar este álbum? A musicalidade é fraca, sendo uma espécie de hard'n'heavy com toques de progressivo que fazem os Marillion parecer os Sepultura.

Exageros à parte, não é possível encontrar nenhuns motivos para comprar um vinil, caro, de uma banda que lançou um álbum em 92, limitado a 1000 cópias e que acabou um ano depois, sem ter grande impacto na música. Revivalismo é uma coisa, andar a profanar caixões de cadáveres no descanso eterno é outra. Apesar dos bons pormenores (a singela "Season's Of May" é um dos momentos altos do álbum, o que já diz algo, visto que é uma faixa acústica e instrumental que não chega aos dois minutos), há aqui muito pouco que valha a pena dar atenção. Tanto em 1992 como agora.

Escusado.
 
Nota: 2/10

Review por Fernando Ferreira