Os BruteForce não são novatos no panorama nacional de bandas: já em 2006 tinham-se apresentado com uma demo ao mercado discográfico e tiveram origem em 2004 quando ambos os actuais guitarristas – Pedro Guerra e Ricardo Silva - decidiram juntar-se para fazerem um tributo a Sacrilégio, a sua anterior banda. Daí, aquilo que era para ser inicialmente um tributo a uma banda de thrash dos anos 90 tornou-se mais sério, juntaram-se novos membros, começaram-se a escrever músicas originais, adicionou-se o death e o groove ao thrash já existente e puff! fez-se os Bruteforce.
A faixa de abertura “Storm” faz jus ao nome e, quando existem músicas com nomes ambiciosos é sempre conveniente que o som que se oiça nelas corresponda às expectativas. “Storm” começa violenta e veloz, muito em parte devido à percussão de Rafahell e aos riffs fortes e rítmicos, mas depressa se torna numa música em mid-tempo e assim se mantém, com um breve solo perto do final, antes de voltar à agressão inicial. É nesta alternância de velocidades que Welcome To The Real World melhor define as suas 5 faixas, nunca abdicando de uma gota de peso. Contudo, isto não quer dizer que sejam todas muito parecidas umas às outras: “A Certain Suffering” chega-se a aproximar da faceta mais pesada do metalcore, mas atenção que a melhor performance de guitarra deste EP está no rodopiante solo que faz a ponte para a parte mais veloz desta faixa. O tema título é bem capaz de ser o número deste EP que mais se mantém em mid-tempo, porém destaca-se por revelar as capacidades técnicas dos BruteForce com clareza e “Proper Channel” e “Bruteforce” são as duas músicas mais death metal deste disco, especialmente o tema da banda que é, sem dúvida, onde pende mais o peso e a velocidade que os BruteForce conseguem executar. Tal como “Storm”, esta faixa também pretende (e consegue) fazer justiça ao seu nome.
O som explorado pelos BruteForce não é nada que bandas como Heaven Shall Burn ou Maroon já não tenham trilhado e aperfeiçoado. Resta aos BruteForce pegarem no seu produto bruto (literalmente) e moldarem-no à sua maneira.
A banda conta gravar o seu primeiro longa-duração neste ano de 2013 e, tendo em conta o que se ouve em Welcome To The Real World, é sinal para se estar atento.
A banda conta gravar o seu primeiro longa-duração neste ano de 2013 e, tendo em conta o que se ouve em Welcome To The Real World, é sinal para se estar atento.
Nota: 7.4/10
Review por Tiago Neves
