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Eternal Tears of Sorrow - "Saivon Lapsi" Review


Surgidos da mesma fornalha finlandesa de death melódico que anos antes nos deu uns Sentenced ou uns Amorphis, os Eternal Tears Of Sorrow chegam a 2013 já bem diferentes daquilo que eram quando lançaram o seu seminal, Sinner’s Serenade, à semelhança dessas mesmas bandas.

Este novo Saivon Lapsi, o sétimo da sua carreira, apresenta-se como um disco bastante eclético e refinado, próprio de uma banda que parece estar no seu auge da carreira. Um colectivo que mesmo tendo vindo ao longo dos tempos a adicionar novos elementos, a maioria deles sinfónicos e atmosféricos, não esquece as suas raízes, e mais importante, quando a costela melodeath sobressai, como são os casos de Dark Alliance e Legion of Beast, os riffs são genuínos.

Mas o grande foco de Saivon Lapsi recai mesmo na sua parte atmosférica, e num uso mais extenso dos teclados e do aumento de protagonismo das vozes limpas de Jarmo Kylmänen, com os refrões de The Day e Bloodstained Sea a assumirem-se como dois dos melhores momentos do disco, muito por culpa do vocalista. Por outro lado, não deixa de ser um pouco perturbante como a voz grunhida de Altti Veteläinen parece cada vez mais forçada, como se o homem estivesse a fazer um esforço quase sobre-humano para lhes conseguir dar uso.

De referir um destaque especial para a incrível balada Sound of Silence, abrilhantada pelo dueto de Jarmo e da vocalista convidada Miriam Renvåg (Ram-Zet) numa prestação sublime.

Em suma, Saivon Lapsi é um óptimo disco, mas que peca apenas pela falta de substância de alguns temas, o que leva a crer que poderá não ser um álbum a figurar na mente dos ouvintes, durante muito tempo. No entanto, logo à partida arrisca-se a cativar umas quantas pessoas devido a mais um trabalho de excelência do ilustrador Travis Smith, ao assinar uma capa que bem poderá figurar na galeria dos melhores trabalhos do artista. Não será um marco de referência do metal atmosférico, quanto mais do melodeath, mas certamente que não irá desiludir ninguém.

Nota: 8.5/10

Review por António Salazar Antunes