Aparentemente a editora Solitude Records tem uma queda por one-man bands, então se o estilo dessas bandas andar pelos meandros do doom, então é bem provável que iremos ver o selo destes russos associado a elas.
Do seu mais recente catálogo sai agora o terceiro disco de The Howling Void, o projecto do norte-americano Ryan (Hordes of the Morning Star e Intestinal Disgorge), em que o mesmo é responsável por todos os instrumentos e vozes, como não poderia deixar de ser. The Womb Beyond the World surge após o aclamado Shadows Over The Cosmos de 2010, trazendo-nos mais 4 longos cantos fúnebres, onde o músico explora tudo aquilo que Mourning Beloveth e companhia nos têm vindo a presentear ao longo de quase duas décadas.
A verdade é que esta proliferação de bandas de doom fúnebre, em nada beneficia aquelas que realmente possuem um talento inato para a coisa, como é o caso de The Howling Void. É que num estilo tão específico como este pouco ou nada pode ser explorado na tentativa de o inovar, daí que The Womb Beyond the World nada traz de novo. O uso cuidado e inteligente dos teclados acaba por ser o grande ponto a destacar desta proposta, criando uma atmosfera opressiva, como mandam as regras, realçada pelo compasso, ora lento ora parado dos diferentes andamentos que compõem estas quatro faixas, e pela voz incrivelmente gutural de Ryan.
The Womb Beyond the World, mesmo não sendo propriamente um oásis de boas ideias, acaba por ser um disco que flui bastante bem, mostrando-se como uma hora de doom fúnebre que dificilmente irá desiludir os fãs mais acérrimos. Sim, é verdade que há por aí bem melhor, no entanto também não é menos verdade que a editora em questão já nos ofereceu material bem mais sofrível (aqui no mau sentido pois claro).
Nota: 7/10
Review por António Salazar Antunes