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De La Cruz - "Street Level" Review


Em tempos complicados, cheios de dramas sociais, causados pelo vil papel (ou pela falta dele) e com uma tendência para termos, no que diz respeito à música pesada, temas profundos e densos, apocalipticos, fazendo com que trabalhos como "Street Level" entrem logo à primeira, com a preocupação de apenas promover a diversão, que de vez em quando, é bom não perdermos de vista e não nos deixarmos esmagar com questões filosóficoexistenciais.

Da Australia surgem os De La Cruz, que não apresentando nada de novo, demonstram uma energia fantástica e bem nostálgica a lembrar o melhor que a cena hard rock/glam/sleazy dos anos oitenta criou. A voz de Roxxi Catalano (até o nome do vocalista parece que cheira a laca) é fortíssima, soando a Eric Wagner (ex-Trouble) numas alturas ("Turn It Up"), noutras a Joe Elliot (a "Legions Of Love" parece que foi feita por uns Def Leppard dopados de esteróides) e por vezes até dá repentes de filho bastardo do Ville Vallo com o Joe Elliot ("Gimme Love") ou do filho bastardo de David Coverdale com o Jon Bon Jovi ("Invincible"). E apesar destas semelhanças, a coisa resulta sem soar a cópia descarada.

Este álbum tem tudo aquilo que caracteriza um bom álbum de hard rock, voz apelativa, solos muito acima da média, refrões antémicos e até a balada da ordem (ou baladas, a "Dreaming" e "Shine") com a dose mais ou menos equilibrada de azeite. Tudo para fazer deste "Street Level" um dos grande álbuns de hard rock na sua vertente mais nostálgica. E por falar em nostalgia, não se pense que a produção é antiquada, bem moderna e potenciando o efeito que as malhas aqui contidas possam ter no ouvinte incauto. Uma grande, e sobretudo, agradável surpresa.

 
Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira