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Spektr - "Cypher" Review


Experimental. Uma palavra que tanto pode ajudar a atrair ouvintes como que a afastá-los. E na maior parte das vezes, o termo é usado por quem não sabe, não consegue ou nem sequer tem paciência para tentar descobrir que definição é mais concreta que o vago rótulo "experimental". Ora os Spekter são definidos pela sua editora, Agonia Records, como uma banda que toca black metal... experimental. E encaixa-se em todos os pontos que referi no início deste parágrafo.

"Cypher"é o terceiro álbum do projecto francês e tem a particularidade que de ser completamente industrial, o que se torna, segundo a editora, como uma vantagem já que torna o que se ouve aqui mais acessível para os fãs de rock e metal. Faz sentido, já que a voz característica do black metal poderá afastar muitos fãs, mas neste caso ouso dizer que se há algum problema no trabalho dos Spektr não chegar mais longe e a mais pessoas, não é por causa da voz, é por causa da música mesmo.

Agora, tirando isto do caminho, não se pense que o que se ouve aqui é um mau álbum, pretensioso e que não tenha qualidade. Longe disso. "Cypher" é desagradável, feio, hermético, clasutrofóbico e portador de um ambiente opressivo que muitos álbuns de black metal gostariam de ter. É difícil conseguir destacar algum momento, já que os quarenta e cinco minutos que o álbum funcionam como uma só faixa, embora dividida em nove faixas.

Com um forte feeling industrial e maquinal, aumentado pelo simples facto de ser instrumental e com uma sensação única daquilo que pode ser a banda sonora para imensos maus momentos na vida de alguém, demasiados para se passarem todos numa só vida, este álbum não é para todos, e mesmo para aqueles que gostam de coisas provocantes, este será um álbum para ir apreciando aos poucos, conforme a sua resistência.
 
Nota: 7/10

Review por Fernando Ferreira