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Corners Of Sanctuary - "Harlequin" Review


A primeira faixa que se ouve deste segundo álbum dos norte-americanos é provavelmente o título que mais acerta no alvo na história da arte em geral e da música em particular - "No Need For Introductions". É um título brilhante que mesmo assim não consegue resumir na totalidade o que se ouve aqui. A introdução horrível sem dúvida que é indispensável, mas quando "Lost in a Dream" descobre-se que há uma série de coisas que também são desnecessárias, desde a bateria com o som horrível que mais parece programada até ao som de guitarras horrível. Correcção, todo o som é horrível.

Há um certo feeling digital, que por vezes até resulta, quando o feeling digital é actual. Agora quando o som parece fruto de um 486  com uma placa de som boa para jogar Doom - ou seja, quando o equivalente seria a gravar o álbum de forma caseira vinte anos atrás com a tecnologia disponível. Esse feeling digital, dissecando-o, é na verdade um certo ruído que se ouve nos pratos da bateria e que irrita até mais não. Até poderia-se compensar com a composição, mas não há nada aqui que contrabalanceie a péssima e irritante produção.

Como se não bastasse, a voz tem um efeito de reverb marado que faz com que se fique completamente enjoado. É o que acontece, basicamente, na terceira música "Angels Only Dare", já não se consegue ouvir mais. Terceira música. O álbum tem dezasseis (!), com um número absurdo de intros e interlúdios e outros e o diabo a quatro. É coisa para deixar com dor de cabeça o mais corajoso e neste caso, corajoso é o que tenta e consegue ouvir até ao final. Lançado em edição de autor, dá ideia de que se a banda tivesse alguma orientação, poderia fazer as coisas diferentes. Ou convencê-los a não lançarem nada com uma produção destas ou então a convencê-los mesmo a não lançarem nada. Era capaz de ajudar o mundo da arte em geral e da música em particular.
 
Nota: 2/10

Review por Fernando Ferreira