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Hate Meditation - "Scars" Review


Projecto criado por Blake Judd (dos Twilight e Nachtmystium) em 2003 como forma de homenagem a entidades que praticavam uma forma mais bruta e primitiva de black metal como os Beherit, Von, Profanatica e Blasphemy e que na altura gravaram apenas uma demo de três faixas, tendo ficado adormecidos até o ano passado, em que Blake começaram a gravar o álbum de estreia que resultou em "Scars". Em relação ao que estava inicialmente idealizado, o som mudou muito, no entanto, a raiz black metal continua bem vincada.

Uma versão mais crua daquilo que é convencionalmente chamado de black metal, não dispensando os teclados que aqui surgem como apenas componentes para a criação de um ambiente macabro, sendo apenas essa a sua função, strings que aparecem aqui e ali. A voz de Judd aparece bem distorcida, lembrando a abordagem das vocalizaões que os Anaal Nathrakh têm por exemplo. A intensidade não se pode comparar à dos britânicos no que diz respeito à brutalidade, mas o que se tem aqui também não é nenhum passeio no parque. Mais o que criar malhas de black metal odioso, existe uma capacidade de conseguirem criar mantras sonoros em que as melodias repetem-se ad aeternum mas sem causar a miníma sensação de enjoo.

Com os Nachtmystium de molho, para os fãs da banda esta pode ser a única forma de matar as saudades do génio de Judd, apesar das relativas distâncias entre as duas entidades. Existem algumas diferenças, nomeadamente na forma como tudo é reduzido aos básicos e como o factor "som primitivo" desempenha um papel tão importante quanto as próprias composições em si e se normalmente esse é um factor que pode afastar o ouvinte, aqui é definitivamente um daqueles que o envolve e hipnotiza. Intrigante.
 
Nota: 8.5/10
 
Review por Fernando Ferreira