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Nader Sadek - "Living Flesh" Review


Nader Sadek deverá ser um dos projectos mais estranhos do panoramo do metal extremo. Não em termos de sonoridade - embora o seu death metal não seja das coisas mais convencionais que por aí andam - mas em termos de formato. Para quem não sabe, Nader Sadek foi o artista responsável pelo design dos palcos de bandas como Mayhem e Sunn O))) e que resolveu juntar uma formação de peso, Flo Mounier (baterista dos Cryptopsy), Rune Erikssen/Blasphemer (ex-guitarrista dos Mayhem e Ava Inferi e actual dos Aura Noir) e Steve Tucker (ex-baixista/vocalista dos Morbid Angel). O factor estranho vem do facto em que o nome tem o nome de uma pessoa que musicalmente não participa de qualquer forma, fornecendo apenas o conceito.

Sendo a especialidade do egípcio o design de palcos, seria de prever que, apesar do excelente disco de 2011, seria em cima do palco que o projecto iria deslumbrar e assim foi. Acrescentando à formação de estúdio Novy (ex-baixista dos Behemoth e dos Vader), Sean Frey na guitarra solo, Carmen Simões (ex-Ava Inferi e Aenima) que faz algumas vozes feminas, nomeadamente na faixa de introdução "Re:awakening", e finalmente pelo próprio Nader Sadek que participa de vez em quando nas vozes e nos samples e que também teve a função de mandar para o público pequenos objectos com aparência orgânica depois de mergulhados num líquido preto - todo o conceito do álbum gira à volta do petróleo, do seu uso e do impacto que tem na sociedade e no ambiente.

Sonicamente, este trabalho é muito acima da média, mas considerando que todas as músicas aqui contidas também estavam no álbum de estúdio, acaba por não haver grandes novidades, sendo que, justiça seja feita, o alinhamento é diferente, e existem alguns arranjos propícios ao facto de ser tocado ao vivo - destacando-se o solo de bateria na "Rusted Skin", que provam o porquê de Flo ser considerado um dos bateristas de topo do metal extremo. Sendo este um lançamento de DVD/CD, justifica-se muito mais o DVD porque se nos ficarmos pelo CD fica sempre a faltar algo, a faltar uma das componentes mais fortes do projecto, que é a componente visual, ainda para mais quando o palco foi apresentado de forma diferente, tendo a bateria ficado à frente (como o motor de uma máquina), diante do público, sendo seguida pelas guitarras e baixo, ficando as vozes no fim e quase em segundo plano.

Musicalmente excelente, com prestações de topo, mas sem se comparar com a sua componente visual, portanto, recomendado a aquisição do DVD antes de mais.
 
Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira