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PTSD - "A Sense of Decay" Review


Desde o álbum de estreia "Burepolom", que os PTSD têm vindo a crescer de forma gradual, tendo assinado um contrato com a editora My Kingdom, bem como a participação na banda sonora do filme Am I Evil?. Apenas cinco anos depois voltam finalmente às edições de originais com este "A Sense of Decay", um disco recheado de bons momentos, que mostra uma evolução bem significativa comparativamente ao trabalho anterior, que já de si não envergonhou ninguém.

Convém dizer que os PTSD são uma banda difícil de catalogar. Sé é verdade que na música do colectivo convergem influências de alguns dos nomes que mais amores e ódios suscitam no universo hard rock alternativo mainstream (My Chemical Romance ou 30 Seconds To Mars logo à cabeça), não quer com isso dizer que o som do colectivo seja de algum modo previsível ou linear, ainda para mais quando a banda não se inibe de puxar pelas guitarras quando assim se justifica, ou de adicionar alguns elementos mais próprios do metal do que propriamente do hard rock.

 "A Sense of Decay" mostra também uma banda sem medos de entrar pelo campo do experimentação, sem com isso descurar a capacidade de escrever boas canções. "Solar Matter Loss" é o grande exemplo disso, um tema que começa calmo e atmosférico, e vai crescendo de intensidade até explodir no seu excelente refrão. "Parasomnia" por seu lado mostra o quão confortável os PTSD se sentem na altura de alternar ritmos naquela que será a faixa mais pesada de "A Sense of Decay", e onde o conceituado baterista convidado, Marco Minnemann, mostra mais uma vez toda a sua destreza e potencial.

"By A Thread" e o primeiro single, "Event Horizon", acabam por ser os temas mais marcantes, não só devido aos seus excelentes refrões, mas também pela prestação vocal de Henry Guy, que não sendo propriamente possuidor de uma voz única, tem um registo bastante agradável e diverso (às vezes chega mesmo a lembrar Jerry Cantrell), que é abrilhantado por algumas harmonias que dinamizam ainda mais a sua prestação vocal.

Nem tudo funciona na perfeição em "A Sense of Decay", especialmente quando as transições são demasiado forçadas como acontece em "A Reason To Die" ou "Staring The Stormwall", isto para não falar da versão de "Heavy On My Heart" da Anastasia, que sem o soul da cantora americana mais parece uma balada lame
chas ao estilo pop/punk do que outra coisa. Mas este é um disco que poderá catapultar a banda para voos bastante interessantes e merecidos porque talento há aqui muito.

Nota: 8.3/10

Review por António Salazar Antunes