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True Widow - "Circumambulation" Review


Stonegaze. Os True Widow tocam stonegaze que é como quem diz, uma mistura de shoegaze com stoner, em que o minimalismo dos dois está presente mas aqui, esses dois estilos não são os únicos que estão presentes, podendo juntar-se também coisas desde rock psicadélico, passando por momentos de doom ou drone (ou Droome) até coisas como díspares como tri-hop. Aliás, se isto tivesse elementos electrónicos seria trip-hop de caras.

Imaginem que estão com uma trip de qualquer coisa forte, que estão a tentar lembrar-se dos anos sessenta mas que pensam que não conseguem porque o que tomaram é mesmo forte, apenas para descobrir horas mais tarde que afinal não se lembram dos anos sessenta porque ainda não tinham nascido. Agora imaginem que no decorrer desse exercício mental, compuseram quarenta e cinco minutos de música. Poderá ser uma comparação parva mas de certeza que entram no espírito da coisa.

O problema com "Circumambulation" é que a experimentação funciona melhor no papel do que nos ouvidos. Há uma certa melancolia contagiante, que a voz de Nicole Estill consegue passar, mas atrás dessa melancolia vem um certo aborrecimento, principalmente quando se tem faixas seis minutos praticamente a tocar um riff em loop. O tom monocórdico também não ajuda - felizmente não sendo sempre assim, como no caso da "Four Teeth", possivelmente o melhor tema do álbum. A voz de Dan Philips também tem um tom que varia entre o monocórdico e o viciante.

É nestes dois extremos que o álbum se situa, entre aquilo que resulta muito bem e de forma apaixonada faz com que se fique maravilhado com o que se ouve como que o que parece uma seca descomunal. Depois de alguma habituação, estes dois extremos consegue baixar e gerar um consenso positivo, no entanto, é preciso alguma dedicação e sobretudo paciência que poderão ver recompensadas depois de (muitas) repetidas audições
 
Nota: 6.5/10

Review por Fernando Ferreira