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Carpe Noctem - "In Terra Profugus" Review


A Code666 é conhecida principalmente pela sua aposta em projectos avant-garde, pouco usuais quer em termos de imagem, som e conceito. À primeira vista, os Carpe Noctem parecem ser uma banda bastante convencional, em termos de imagem, som e conceito. Não há espaço para sintetizadores, apenas bateria, guitarras, voz e baixo. No entanto, isso é o suficiente para que ao longo de cinco longas faixas, tendo a mais "curta", "Ars Moriendi", o duração de oito minutos e dezoito segundos.

A invulgaridade do som dos Carpe Noctem acaba por ser na sua claustrofobia, naquela que transmitem e envolvem o ouvinte nela. Blastbeats constantes, intercalados por momentos de melodias de guitarra sem distorção que acrescentam ainda mais o feeling claustrofóbico às composições - "VITRIOL" é um dos exemplos máximos que pode ser dado, com o seu ritmo caótico alternando pela lentidão ameaçadora, tal como se a morte avançasse sobre uma brisa gélida sobre a humanidade.

"In Terra Profugus" impressiona não só pela intensidade com que os seus cinquenta minutos descarregam sobre o ouvinte, mas principalmente por ser o primeiro álbum por parte do colectivo islandês, que conseguem ser frios à boa maneira escandinava mas mesmo assim, deitar um pouco de calor infernal que vai tornando a cada música, a cada audição do álbum, um vício surpreendente - por não ser exactamente um trabalho de fácil audição. Sem dúvida, uma das boas surpresas deste ano no que diz respeito ao black metal.
 
Nota: 8.5/10

Review por Fernando Ferreira