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Head:Stoned - "Present Inexistence" Review


Colar um rótulo aos Head:Stoned não é pêra doce. Não que o tenhamos de fazer, mas para situar um pouco o leitor, digamos que instrumentalmente a banda vai beber bastante ao som dos Nevermore e Iced Earth. Ao nível da voz, Vítor Franco e Messiah Marcolin (ex-Candlemass) têm com certeza as suas parecenças. Junte-se a isto um travo progressivo e temos um esboço fiel daquilo que é o quinteto portuense.

Após a entrada de carrinho que foi “Within the Dark” em 2009, - o EP chegou mesmo a esgotar - os Head:Stoned ganharam um certo protagonismo na cena underground, muito graças à singularidade do som que já evidenciavam na altura. Em 2011, os portuenses lançam “I Am All” e confirmam taxativamente o potencial que tinham demonstrado, aliás a Metal Imperium chegou a classificar o longa duração como uma “grande estreia”. Passados dois anos, a banda volta à carga com “Present Inexistence” e em boa hora o fizeram, diga-se de passagem.

Desde logo, são muitos os pontos a favor neste novo lançamento. Comecemos por Vítor Franco, a voz deste projecto, e o ás de espadas dos Head:Stoned neste EP. Em faixas como “Through Open Doors” ou “This Flesh I Cannot Bear” é notório o alcance vocal de Franco. O ex-vocalista dos Outshine funciona como um pêndulo nestas cinco faixas (“Ominous Surrondings” é uma ponte para a faixa título) e acaba por elevar temas como “Transcending the Core” a uma dimensão bem superior. A qualidade de Vítor Franco é tanta, que quase apetece cair no cliché de dizer “se não fosse português…”.

Em lato sensu, “Present Inexistence” é um grande álbum. Arranca com muita pujança e presença com as duas primeiras faixas, entra numa toada mais emocional e saturada com “Evolution is Relative” que não traz grande riqueza ao EP. Mas rapidamente se volta aos bons momentos com “This Flesh I Cannot Bear”, talvez a faixa mais pesada e holística de todo o álbum, com uma parte final muito intensa. Segue-se “Ominous Surrondings”, um warm up para a faixa título, que encerra as hostilidades na mesma toada das faixas anteriores. Verdade seja dita, os temas não divergem muito uns dos outros, mas não haverá muita gente a pedir o livro de reclamações, já que a qualidade está lá e arrebata o ouvinte.

Com a banda a respirar presença, “Present Inexistence” acaba por serum título falacioso no que à prestação da banda diz respeito. Contar com Vítor Franco é estar um passo à frente, mas estamos perante uma banda sólida e madura, onde todos os membros são fortes e emprestam singularidade à música dos Head:Stoned. E singularidade é talvez a palavra que melhor define este projecto…

Nota: 8.3/10

Review por Pedro Bento